18 de novembro de 2011

PF PODE INVESTIGAR PROFESSORA QUE ORIENTOU ALUNA DE 12 ANOS A FALAR COM PEDÓFILO.

A Polícia Federal está analisando se abre investigação para apurar o caso da professora que orientou uma aluna de 12 anos, da escola estadual Professora Maria Ramos, em São Carlos, a procurar um pedófilo na internet.
Familiares da estudante registraram nesta quinta-feira um boletim de ocorrência na PF, em Araraquara --São Carlos não possui delegacia do órgão.
O principal motivo para a família procurar a PF, segundo o padrasto da garota, é porque a menina tem cidadania americana -- ela é filha de brasileiros, mas nasceu nos EUA.

A orientação recebida pela aluna fazia parte de uma tarefa escolar para a disciplina dada pela professora, cujo nome não foi revelado nem pela Secretaria de Estado da Educação nem pela escola.
Para o trabalho, dado semana passada, a classe foi dividida em grupos e o tema da estudante era pedofilia.


O pedido para que ela procurasse um pedófilo foi registrado pela professora no caderno da estudante, em forma de um bilhete para os pais.
A Secretaria de Estado da Educação afastou a docente. A Apeoesp (sindicato dos professores) disse que chegou a procurá-la para oferecer auxílio jurídico, mas informou que também não a localizou.

A Polícia Federal informou nesta sexta-feira que ainda não é possível dizer que o caso está sendo investigado pelo órgão, já que não houve abertura de inquérito.

O CASO

A mãe da aluna, uma autônoma de 37 anos, disse que a filha chegou em casa, no último dia 9, assustada com a tarefa e mostrou à mãe o bilhete da professora.
O texto orientava a garota a entrar ´numa sala de bate-papo com nome fictício, mas idade real´, com o objetivo de tentar atrair um pedófilo para a conversa on-line.

No bilhete, a professora orientava a aluna a imprimir a conversa para anexá-la ao trabalho.

Aos pais a orientação do bilhete era que vigiassem a conversa da filha, porque o ´único objetivo é mostrar a eles [alunos] o risco desse tipo de conversa´.
Além do bilhete, a mãe da aluna diz que a professora ainda pediu que, após a conversa, a menina marcasse um encontro com o pedófilo em frente à catedral da cidade.

O encontro, afirma a mãe, seria ´flagrado´pela própria professora, que estaria escondida com uma câmera fotográfica nas mãos --o pedido para marcar o encontro não consta do bilhete.
A Secretaria de Estado da Educação determinou o afastamento da docente e abriu procedimento interno para apurar as responsabilidades.

A família também procurou o Consulado dos EUA em São Paulo, para alertar sobre o caso. Eles pretendem ir pessoalmente ao local na próxima semana.
A Folha tentou falar com a direção da escola Professora Maria Ramos, mas foi informada que só a Secretaria de Estado da Educação.
A reportagem também tentou, mas não conseguiu localizar a professora.

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