20 de abril de 2011

ITALIANO CAÇADO NA EUROPA É CONDENADO NO CEARÁ.

Um italiano procurado em seu país natal e outros países da Europa foi condenado pela Justiça no Ceará a 14 meses de reclusão e, ainda, à pena de expulsão. O homem havia fixado residência em Fortaleza, após entrar e se manter no Brasil com documentos falsos, e até montou negócios na capital cearense. O Supremo Tribunal Federal (STF) já autorizou a extradição do foragido.
O estrangeiro enganou as autoridades no Brasil. Até sua mulher, brasileira, desconhecia seu nome verdadeiro.
Preso às vésperas do Réveillon
No Ceará o italiano chegou a tirar carteira de habilitação com documento falso no Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e até inscrição do Cadastro de Pessoa Física (CPF), além de visto permanente no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Ele foi preso às vésperas do Réveillon de 2008 para 2009, frustando assim uma festa por ele organizada em um restaurante da avenida Beira Mar para 80 pessoas, entre brasileiros e estrangeiros.
Negócios em Fortaleza
Os negócios mantidos pelo italiano em Fortaleza eram do ramo imobiliário. "A própria companheira (mulher) do réu declarou que conhecia seu companheiro pelo nome de Oddoni Loschi, só vindo a saber que seu nome verdadeiro era Gianfranco Berardi quando estava na Polícia Federal", relata o processo.
Condenações na Itália
O Diário do Nordeste Online teve acesso à decisão judicial, tomada nesta segunda-feira (18) e publicada nesta terça (19). O italiano tinha condenações em seu país natal de 28 meses por falência fraudulenta, na Corte de Trento, e 14 meses por receptação, no Tribunal de Cremona. Ao todo o estrangeiro responderia pelos crimes associação criminosa, falsificação de documentos bancários, roubo e fraude bancária, além de receptação. Também seria procurado na Áustria e na Dinamarca.
De acordo com o processo, o italiano Gianfranco Berardi residia em Fortaleza desde 23 de outubro de 2006, usando o nome falso de Oddone Loschi. O passaporte com outro nome havia sido utilizado em setembro do mesmo ano para obter visto de entrada no Brasil, expedido pelo Consulado-Geral Brasileiro em Roma. O documento também foi usado perante a Polícia Federal, já em outubro, a fim de obter o visto de permanência.
Preso pela Interpol/PF, "queria ser preso no Brasil"
Em uma diligência informal, junto à Interpol, a Polícia Federal obteve a informação de que o Gianfranco era foragido na Itália. Ele acabou preso em um de seus quatro endereços em Fortaleza por agentes da Interpol ainda em 2008, em 28 de dezembro. Havia um mandado de prisão expedido pelo STF duas semanas antes.
O italiano teria alegando, segundo a Justiça, que "queria ser preso no Brasil, tendo em vista que na legislação brasileira, para o deferimento de pedido de extradição, há uma análise da condenação no país requerente", no caso a Itália, e ele achava injustas as suas condenações em sua terra natal.
A extradição já havia sido autorizada pelo STF em maio do ano passado.
Condenado pela Justiça no Ceará
Gianfranco foi condenado a 14 meses por "fazer declaração falsa em processo de transformação de visto, de registro, de alteração de assentamentos, de naturalização, ou para a obtenção de passaporte para estrangeiro, laissez-passer, ou, quando exigido, visto de saída" e mais 20 meses por "usar, como próprio, passaporte, título de eleitor, caderneta de reservista ou qualquer documento de identidade alheia ou ceder a outrem, para que dele se utilize, documento dessa natureza, próprio ou de terceiro".
Expulsão
"Condeno, ainda, Gianfranco Berardi à pena de expulsão", afirma à decisão. "A expulsão deverá ser executada após o cumprimento das penas, a não ser que de outra forma decida o Eg. Supremo Tribunal Federal".
Fonte: DN

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