14 de setembro de 2017

GAROTO QUE SONHAVA SER POLICIAL SE TORNOU "MAIS UMA" VÍTIMA DA VIOLÊNCIA NO CEARÁ

Kauã foi morto ao ser usado com escudo humano dentro de um bar na cidade de Jaguaribe.

A morte do pequeno Kauã de Assis Lopes (foto), 10 anos de idade, na noite do último domingo (10), deixou a população da cidade de Jaguaribe (a 300Km de Fortaleza) indignada. O menino que sonhava em um dia ser um policial militar, acabou se transformando em mais uma vítima da violência desmedida e incontrolável que se abateu sobre o Ceará.  Para o Estado, seu nome é apenas “mais um” na imensa e fria lista de vítimas dos CVLIs (Crimes Violentos, Letais e Intencionais). Para a família e os amigos, a dor, no entanto, é profunda e difícil de ser encarada como apenas “mais uma” vítima da nossa barbárie diária.
À passos largos, o Ceará caminha para fechar o ano de 2017 com, ao menos, entre 3.500 e 3.800 assassinatos (homicídios, latrocínios e lesões corporais seguidas de morte). Até o próximo fim de semana, no mais tardar,  terá ultrapassado os índices de CVLIs de todo o ano passado. Em 2016, segundo dados oficiais do governo, foram registrados 3.407 homicídios. Em 2017, somente entre os dias 1º de janeiro e 12 de setembro (ontem), já foram contabilizados 3.388, faltando, portanto, apenas 19 casos para igualar a marca do ano anterior.
As projeções estatísticas (matemáticas) apontam que o Ceará terá um aumento da ordem de 42 por cento de homicídios em comparação a 2016. Também importante lembrar que, nesta estatística ficam de fora os assassinatos ocorridos nas unidades do Sistema Penitenciário e aqueles decorrentes de intervenção policial, conforme a metodologia dos CVLIs estabelecida pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social  do Ceará (SSPDS). Se fossem incluídos na contagem, o ano terminaria – oficialmente – com mais de 5 mil mortos.

Fonte: Fernando Ribeiro

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