Kauã foi morto ao ser usado com escudo humano dentro de um bar na cidade de Jaguaribe.
A morte do pequeno Kauã de Assis Lopes
(foto), 10 anos de idade, na noite do último domingo (10), deixou a população
da cidade de Jaguaribe (a 300Km de Fortaleza) indignada. O menino que sonhava
em um dia ser um policial militar, acabou se transformando em mais uma vítima
da violência desmedida e incontrolável que se abateu sobre o Ceará. Para o Estado, seu nome é apenas “mais um” na
imensa e fria lista de vítimas dos CVLIs (Crimes Violentos, Letais e
Intencionais). Para a família e os amigos, a dor, no entanto, é profunda e
difícil de ser encarada como apenas “mais uma” vítima da nossa barbárie diária.
À passos largos, o Ceará caminha para fechar
o ano de 2017 com, ao menos, entre 3.500 e 3.800 assassinatos (homicídios,
latrocínios e lesões corporais seguidas de morte). Até o próximo fim de semana,
no mais tardar, terá ultrapassado os
índices de CVLIs de todo o ano passado. Em 2016, segundo dados oficiais do
governo, foram registrados 3.407 homicídios. Em 2017, somente entre os dias 1º
de janeiro e 12 de setembro (ontem), já foram contabilizados 3.388, faltando,
portanto, apenas 19 casos para igualar a marca do ano anterior.
As projeções estatísticas (matemáticas)
apontam que o Ceará terá um aumento da ordem de 42 por cento de homicídios em
comparação a 2016. Também importante lembrar que, nesta estatística ficam de
fora os assassinatos ocorridos nas unidades do Sistema Penitenciário e aqueles
decorrentes de intervenção policial, conforme a metodologia dos CVLIs
estabelecida pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS). Se fossem incluídos na
contagem, o ano terminaria – oficialmente – com mais de 5 mil mortos.
Fonte: Fernando Ribeiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário