O Ministério Público do Estado de Goiás
(MP-GO) informou que vai recorrer da decisão judicial que bloqueou os bens de
dois servidores da Penitenciária Odenir Guimarães (POG) suspeitos de elo na
construção de um "motel" dentro da unidade, em Aparecida de Goiânia,
na Região Metropolitana da capital. Segundo o promotor de Justiça Fernando
Krebs, autor da ação, o valor tem que ser muito maior para "servir de
exemplo" e evitar, futuramente, problemas desse tipo.
A ordem atinge o ex-diretor da POG, Marcos
Vinícius Alves, pela acusação de construir o motel, e ex-superintendente de
Segurança Prisional da Administração Penitenciária João Carvalho Coutinho
Júnior, que teria sido omisso. Cabe recurso.
O G1 e a TV Anhanguera tenta contato com
ambos, mas não obtiveram retorno até a publicação desta reportagem.
Na decisão, o juiz Desclieux da Silva Júnior
determinou o valor retido dos denunciados deve ser de R$ 17.903,36, pois
equivale ao valor do prejuízo efetivamente apurado. Na ação, Krebs solicitou
que Alves e Coutinho Júnior tenham indisponibilizados, respectivamente, R$ 1,92
milhão e R$ 1,49 milhão.
"Nós vamos recorrer do valor bloqueado porque
queremos um valor bem maior. A multa prevista na lei de improbidade e também ao
dano moral coletivo para assegurar o ressarcimento do erário e também servir de
exemplo para que fatos como esse não mais ocorram", disse.
Além disso, o promotor quer que os dois
respondam criminalmente pela situação. A medida judicial é de caráter cível, no
qual eles respondem por improbidade administrativa e dano moral.
"Existem indícios de que eles tenham
recebido propina, vantagem econômica para permitir a construção de um motel
dentro do presídio. Há a suspeita de prática do crime de corrupção
passiva", destaca Krebs.
A Secretaria de Segurança Pública e
Administração Penitenciária (SSPAP) informou que os dois acusados são agentes
de segurança penitenciária concursados e que ambos seguem trabalhando na
penitenciária. Destacou ainda que também existe um inquérito apurando os fatos
na Polícia Civil.
Motel irregular
Conforme a ação proposta pelo Ministério
Público de Goiás (MP-GO), o detento Thiago César de Sousa, conhecido com Thiago
Topete, de 32 anos, financiou a obra. Ele morreu durante um confronto no
presídio no último dia 23 de fevereiro.
Segundo o processo, as 112 quitinetes
serviriam para visitas íntimas dos presos. Na ação, o promotor destaca que a
obra começou sem a apresentação de qualquer
documento ao Setor de Coordenação de Engenharia e Arquitetura da
Secretaria de Administração Prisional (Seap), sem observar os critérios de
segurança, regularidade e planejamento. Por isso, a SSPAP determinou a
demolição da estrutura.
Krebs pontua que Marcos Vinícius Alves agiu
de "forma ilegal e colocando em risco a população carcerária”. Ele afirma
que os presos que construíam as quitinetes não utilizavam equipamentos de
proteção necessários e, muitos deles, não tinham qualificação para tal.
Leia a matéria completa no G1
2 comentários:
Um pouco de lazer também,precisa kkkkk
se todo crime for esse kkkk
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