Conforme a organização da operação, o intuito
é pressionar o Governo, em relação ao aumento enviado à Assembleia
Várias cidades do Estado foram afetadas pela
'Operação Tolerância Zero', iniciada às 18h00 do último sábado (9) e
intensificada ontem. Conforme a convocação dos organizadores, feita pelas redes
sociais, o intuito era levar um número grande de ocorrências para as Delegacias
de Polícia Civil, para que as viaturas fiquem o maior tempo possível no local e
o policiamento ostensivo nas ruas fosse reduzido. Segundo os próprios PMs, a
ação acontece em retaliação ao Governo, por conta do insatisfatória reposição salarial considerada pífia.
Somente das 8h às 16h, 18 viaturas estiveram
na Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA). Conforme o policial que estava
na permanência, 13 ocorrências foram levadas pela PM. O agente afirmou que o
movimento triplicou se comparado a um domingo normal.
As ocorrências registradas na DCA
foram por receptação, tráfico de drogas, pilotar veículo sem documentação e a
maioria por uso de drogas. No momento em que a reportagem esteve na
Especializada havia seis viaturas paradas. Três delas do Batalhão de
Policiamento Turístico (BPTur), responsável pelo patrulhamento da orla.
O policial na permanência informou que os
flagrantes estavam durando, em média, uma hora e meia para serem finalizados.
"Além do procedimento daqui, os policiais ainda precisam levar o
adolescente para a o exame corpo de delito, na Perícia Forense do Ceará
(Pefoce), que está muito cheia também".
Um funcionário terceirizado do Complexo, onde
fica a DCA, se disse admirado com o movimento. "Fazia tempo que não via
tanta viatura aqui. Chega mais a todo instante. Toda hora tem muito policial
esperando para ser atendido. Já teve horas que contei mais de 20",
afirmou.
Capital e Interior
Na Delegacia plantonista do Centro, o 34ºDP,
foi lavrado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por uso de
entorpecente e dois flagrantes por roubo, das 8h às 18h. "Até agora o
movimento não foi alterado. As ocorrências que registramos foram as de rotina.
No Centro da Cidade há realmente uma incidência grande de roubos. Não fugiu da
normalidade. O que pode ter sido motivado pela operação foi o T.C.O. Por uso,
porque a pessoa conduzida portava uma quantidade diminuta de maconha, apenas um
cigarro. A presunção é que seja um usuário", afirmou o delegado
plantonista, Carlos Eduardo Pires Rocha.
O movimento para o registro de Boletim de
Ocorrência (B.O.) e expedição de Guias Cadavéricas foi muito alto, segundo o
delegado. Durante a tarde, a expectativa é que cada pessoa esperasse, no
mínimo, três horas por um B.O.. "Os flagrantes têm prioridade. O registro
de B.O. Só é retomado quando não tem mais flagrante. Por conta disto, muita
gente desiste ou procura outra Delegacia", afirmou um policial que estava
na permanência.
No 30ºDP (São Cristóvão) e na Delegacia
Metropolitana de Maracanaú muitas viaturas estavam paradas. Um policial militar
que aguardava na porta da DP disse que o movimento estava ganhando corpo.
"Não adianta negar. Estamos sim fazendo um movimento em busca de salários
melhores e de condições de trabalho. O Governo quer enganar o povo dizendo que
está fazendo alguma coisa pela Polícia, mas não está. Agora é tolerância zero
mesmo", declarou.
Continuidade
Lideranças políticas e membros das
associações divulgaram um vídeo, na noite de ontem, dizendo que haverá a
continuidade da operação. Segundo o soldado Noélio, o objetivo do movimento
"é sensibilizar o Governo sobre a tabela enviada à Assembleia, em que um
soldado tem um aumento de R$ 2,62 em uma das parcelas". As lideranças
consideraram o movimento do fim de semana "um sucesso" e ressaltaram
a "participação em massa dos policiais do Interior".
O coronel Lauro Carlos de Araújo Prado,
secretário adjunto da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), disse que a
Pasta acompanhou a movimentação de perto e implantou medidas para que não
houvesse prejuízo à sociedade. "As ocorrências não foram acima do fluxo
normal de domingo.
Fonte: DN
Nenhum comentário:
Postar um comentário