O adolescente de 17 anos apreendido pelo assassinato do juiz aposentado Edvalson Florêncio Marques Batista, de 77 anos, durante assalto no último dia 8 de março deste ano, se livrou das algemas e fugiu de dentro do complexo para adolescentes em conflito com a lei, situado no bairro São Gerardo, na Capital. A fuga ocorreu no último dia 24 e o juiz da 5ª Vara da Infância e Juventude, Manuel Clístenes de Façanha e Gonçalves, já expediu um mandado de apreensão contra o infrator.
Uma fonte do Sistema Socioeducativo informou
que o adolescente e outro interno estavam apreendidos no Centro Educacional
Cardeal Aloísio Lorscheider (Cecal) e haviam sido levados para a Delegacia da
Criança e do Adolescente (DCA), na quinta-feira (24), sob acusação de tentativa
de homicídio a um colega da mesma unidade. Ao chegarem na DCA, a delegada
iniciou o procedimento e expediu as guias para que os dois fossem submetidos a
exames de corpo de delito na Perícia Forense do Ceará (Pefoce).
Os internos teriam seguido algemados em um
veículo da Superintendência do Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo
(Seas) para a Pefoce. Ao retornar para a DCA, os menores haviam retirado as
algemas sem que as pessoas que faziam a escolta percebessem. Quando o veículo
parou na Delegacia, a dupla conseguiu escapar.
Buscas foram realizadas e apenas um foi
recapturado. O adolescente acusado de matar o juiz não foi localizado. O
titular da 5ª Vara da Infância e Juventude revelou que o adolescente já tinha
um histórico de fugas mesmo antes de matar o juiz no assalto. "Ele
responde a 19 processos como latrocínio, tentativa de homicídio, roubo, tráfico
de drogas e porte ilegal de armas. Ele é de extrema periculosidade", disse
Manuel Clístenes.
Isolado
O magistrado confirmou que após ser
apreendido pela morte do juiz aposentado, o jovem foi encaminhado para uma área
isolada do Cecal, onde ficou com outro garoto, que também tinha histórico de
fugas e havia agredido um instrutor.
No entanto, nos últimos dias, outros internos
com o mesmo perfil de risco de fugas foram colocados junto aos dois na mesma
vivência. Durante uma vistoria, instrutores apreenderam drogas e celulares na
unidade. Suspeitando que um colega de cela teria revelado às autoridades sobre
a localização do material ilegal na unidade, os adolescentes decidiram
"punir" o suposto delator.
O interno foi espancado pelos dois e só não
acabou morto, conforme o juiz Manuel Clístenes porque a Polícia interveio.
"Ele saiu do Cecal inconsciente, mas está se recuperando". De acordo
com o magistrado, a dupla teria sido escolhida para matar o suposto delator
pelo fato dos dois serem menores de idade, diferentemente dos demais internos
do Cecal, que já são maiores.
"Eles são especialistas em fugas. Já
escaparam várias vezes e sempre deram muitos problemas nos centros
educacionais. Solto, ele representa um grande risco à sociedade", afirmou
o juiz Clístenes Façanha.
A Seas foi procurada na noite de ontem para
esclarecer as circunstâncias da fuga. "Devido ao horário a Seas não tem
como enviar uma nota, mas não divulgamos informações sobre as medidas
socioeducativas cumpridas pelos internos".
Fonte: DN
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