Declarações de Delci Teixeira causaram revoltas
à tropa e alimentaram o sentimento de indignação com a postura do Governo
Uma assembleia-geral que está sendo convocada
para o próximo dia 2 pode ser o ponto inicial para uma paralisação da Polícia
Militar do Ceará. Indignados com o tratamento que vêm recebendo do governo, os
policiais militares deverão cruzar os braços por tempo indeterminado. Além da
violência que já deixou 24 PMs mortos neste ano, a categoria está sem reajuste
salarial desde o ano passado, e a promessa do governador Camilo Santana (PT) de
implantar a “Média do Nordeste” não foi cumprida.
E para inflamar mais ainda os ânimos da
classe, o secretário de Segurança Pública e Defesa Social do
Ceará, Delci Teixeira, afirmou em entrevista publicada nesta sexta-feira ao
jornal Diário do Nordeste, que, “não estão caçando policiais”, numa tentativa
de aplacar os impactos da matança de agentes policiais no Estado.
Ainda de acordo com a reportagem, “dentre os
policiais mortos, apenas oito estavam de serviço, 13 estavam de folga e cinco
eram da Reserva Remunerada ou reformados”. E Delci disparou mais uma vez contra
a categoria: “Em diversas situações, nós tivemos policiais que estavam de folga.
Eles estavam com a família e acontece o inesperado, o assalto”.
E disse mais: “Nós não podemos creditar à
Justiça essa sensação de insegurança,
nem à Polícia. Eu creditaria às leis
frouxas que nós temos e que têm que ser mudadas”.
Por fim, Teixeira disse que os assassinatos
dos policiais foram provocados por “fatores inesperados e que provocaram o instinto
policial das vítimas”.
Em menos de 11 meses de 2016, foram mortos no
Ceará 24 policiais militares, dois policiais civis, dois agentes
penitenciários, um delegado da Polícia Civil e um policial rodoviário federal
aposentado, a maioria absoluta em assaltos ou tentativa de assaltos.
Fonte: Fernando Ribeiro
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