Juiz corregedor visitou prisões na tarde
desta segunda-feira. Nesta segunda, presos continuam soltos dentro das
unidades.
O juiz corregedor dos presídios do Ceará,
Cesar Belmino, informou na tarde desta segunda-feira (23) que o número de
mortos nas rebeliões do Ceará pode chegar a 26. “É uma estimativa”, afirmou o
juiz durante visita às unidades do Centro de Privação Provisória de Liberdade
(CPPL), em Itaitinga, cidade da Região Metropolitana de Fortaleza. No começo da
tarde, a Secretaria de Justiça do Ceará divulgou que o número de mortos era de
14. (veja vídeo acima)
Segundo o juiz, a situação na CPPL 2, por
exemplo, estava sob controle à tarde. Mas o excesso de presos ainda é um
problema. “Os centros têm praticamente o dobro de presos da capacidade”. Os
Centros de Privação Provisória de Liberdade de Itaitinga deveriam abrigar cerca
de 3.700 presos. Três desses quatros CPPLs foram inaugurados há quatro anos. Em
estimativa divulgada pelo Governo em dezembro de 2014, o Ceará tinha 21.320
presos na capital e no interior.
Desde sábado (21), detentos estão rebelados.
No fim de semana, presos invadiram alas e mataram outros detentos, além de
quebrar celas, armários, grades, cadeiras e queimar colchões após a suspensão
das visitas, segundo órgãos de segurança. Agentes penitenciários do estado
entraram em greve no sábado, voltaram no fim do dia após negociação com o
governo do estado, mas os detentos já estavam fora de controle. Familiares
bloquearam a BR-116 por diversas vezes no domingo (22).
Em nota, a Sejus informou que toma
"todas as medidas necessárias para estabilizar a situação nos
presídios". No domingo, o governador Camilo Santana solicitou o apoio da
Força Nacional de Segurança para de garantir a estabilidade nos presídios,
especialmente durante a recuperação das instalações, que foram destruídas por
conta das rebeliões.
A Secretaria da Justiça ressaltou que o
Departamento de Arquitetura e Engenharia avalia os danos nos presídios durante
as rebeliões. De acordo com o órgão, nesta segunda serão iniciados os reparos
em uma das unidades prisionais danificadas.
Mesmo com os conflitos, não houve interrupção
no fornecimento de água nem comida, conforme informou a pasta. Assistentes
sociais também foram enviados para as entradas dos complexos prisionais para
oferecer apoio aos familiares dos presidiários, que seguem em busca de
informações sobre os parentes.
O governador do Ceará, Camilo Santana,
utilizou as redes sociais para anunciar que solicitou apoio da Força Nacional
de Segurança. Na mensagem, o chefe do executivo estadual lamentou as
ocorrências nas unidades prisionais e diz que busca estabilidade "o mais
rápido possível".
Túnel
Na manhã desta segunda, um túnel foi
encontrado na Unidade Prisional CPPL I, em Itaitinga, e o Batalhão de Choque
confirmou a fuga de detentos durante a madrugada. Nesta manhã, é feito um
levantamento para contar quantos detentos fugiram.
A Sejus, porém, não confirmou a fuga. A pasta
comunicou que não foi registrado nenhum novo conflito entre os presos nesta
segunda-feira.
Entenda a situação nos presídios
As rebeliões registradas nos presídios
cearenses durante o fim de semana ocorreram durante e após a greve dos agentes
penitenciários. A motivação dos conflitos foi a suspensão das visitas nas
unidades prisionais. De acordo com a Polícia Militar, os detentos quebraram
cadeiras, grades, armários e queimaram colchões em diversos presídios.
Devido às rebeliões, a Sejus suspendeu as
visitas a presos nas unidades na Prisional Desembargador Adalberto de Oliveira
Barros Leal, em Cauaia, e nas CPPLs II, III e IV, em Itaitinga.
A greve dos agentes penitenciários foi
encerrada ainda no sábado. A categoria aceitou a proposta de reajuste na
Gratificação por Atividades e Riscos (Gaer), que era de 60%, para 100%. O
reajuste será pago de forma escalonada: 10% em fevereiro de 2017, 10% em
janeiro de 2018 e 20% em novembro de 2018.
O titular da Sejus, Hélio Leitão, criticou a
decisão de greve dos agentes, defendendo que o estado não se negou a negociar
com os profissionais. "O processo de negociação com a categoria dos
agentes estava em franco curso. Decretaram o estado de greve mesmo assim,
formulamos outra proposta, que veio a a ser rejeitada pela categoria",
declarou.
Fonte: G1Ce
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