Fontes da Secretaria de Segurança confirmaram
o nome de um suspeito de ter articulado para que um carro-bomba fosse levado à
Assembleia
A ordem dos ataques que estão ocorrendo em
Fortaleza e Região Metropolitana parte de dentro dos presídios, segundo uma
fonte da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS). A reportagem
conversou com um investigador ligado às apurações sobre os atentados e ele
afirmou que o Sistema Penitenciário está em ebulição desde que foi anunciada a
instalação de bloqueadores de sinal de celulares. Durante três dias o Diário do
Nordeste irá contar a atuação das facções criminosas, que agem dentro e fora
das unidades prisionais do Ceará.
Dentre os presos que estão sendo investigados
pela possibilidade de ter planejado atentados de dentro da prisão, está Paulo
Diego da Silva Araújo, que segundo foi citado por três fontes da SSPDS, seria o
principal suspeito de ter articulado para que um carro-bomba fosse colocado
próximo à Assembleia Legislativa do Ceará, no dia 5 de abril.
A Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus)
informou que Araújo foi transferido, no último sábado, para a Penitenciária
Federal de Porto Velho, em Rondônia, com outros três detentos.
PCC
Conforme investigações realizadas pela
Polícia Federal (PF), que culminaram na 'Operação Cardume' deflagrada em
setembro de 2015, o suspeito é integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC)
e participava de uma organização criminosa de tráfico internacional de drogas.
De acordo com a PF, Paulo Diego tinha um poder financeiro considerável e foi
empresário, no ramo de revendas de veículos.
Segundo um servidor da Polícia Civil, que
preferiu não se identificar, a operação em busca dos culpados pelos ataques
demanda tempo, porque é muito complexa, mas já é certo que outros detentos
serão implicados, por envolvimento com os planos de atentados realizados nas
ruas.
"Houve uma operação nas unidades
prisionais e alguns aparelhos celulares foram apreendidos. Foi então que as
suspeita sobre o Paulo Diego aumentaram, mas também revelaram outros nomes. No
entanto, ainda não existe prova contra o Paulo Diego que garanta com certeza
que ele é o culpado neste episódio da Assembleia", ressaltou.
Contumaz
O histórico de Paulo Diego Araújo mostra que
ele é um criminosos contumaz, que já foi investigado em três inquéritos da
Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Polícia Federal, abertos nos
anos de 2012 e 2013; e em vários outros da Polícia Civil do Ceará. Em sua
última prisão, em cumprimento a um mandado de prisão da Comarca de Caucaia, o
criminoso foi encontrado em um condomínio no Porto das Dunas, em Aquiraz,
usando o nome falso de Paulo Henrique Ferreira dos Santos. Ele já tinha
condenações por tráfico, furto qualificado, lavagem de dinheiro, homicídio e
roubo.
Segundo o processo que deu seguimento à
'Operação Cardume', Paulo Diego recebia drogas de um traficante, que tratava
diretamente com um fornecedor boliviano de cocaína, e repassava para os traficantes
menores de Fortaleza. O processo diz que o criminoso "seria responsável
pelo financiamento do tráfico internacional e do PCC".
Desde que operação foi deflagrada, a
transferência de Paulo Diego Araújo foi solicitada à Justiça Federal e
concedida. "Ele foi flagrado por interceptações telefônicas movimentando o
tráfico, mesmo preso. Por conta disto, quando a operação foi deflagrada nós
pedimos que ele fosse transferido para uma presídio federal. Nos áudios fica
claro que ele tinha sim ligações importantes com o PCC e isto foi mais um
motivo para que ele não fosse mantido aqui", afirmou um servidor da PF que
participou das investigações.
Transferidos
Outras três pessoas acusadas do esquema
desvendado pela 'Operação Cardume' também foram transferidas. Elas são José
Ivan do Carmo Brito, que ia até a Bolívia adquirir a cocaína que seria
distribuída no Ceará; Roberto Oliveira de Sousa, que seria filiado ao PCC e
atuava na guarda, preparo e distribuição da cocaína; e Edvandro da Silva
Militão, acusado de adquirir armamento pesado, inclusive fuzis, e comercializar
material bélico.
A Polícia apura se existe a possibilidade
dessas pessoas terem participado dos ataques, mas até agora não há indícios.
"Não se pode descartar, mas a princípio, foram transferidos porque havia
um pedido da PF para isto", afirmou o servidor da SSPDS.
Fonte: DN
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