A Instituição, que teve como primeiro
comandante o tenente do Exército Braseiro, Tomaz Lourenço da Silva Castro,
conta atualmente com um contingente de mais de 16 mil servidores e é a única
Instituição mantida pelo Estado presente em todos os municípios cearenses.
Criada
no ano de 1835 pelo padre e senador José Martiniano de Alencar, pai do
romancista José de Alencar, a PMCE participou de diversos episódios de
repercussão nacional e internacional. O coronel João Xavier de Holanda, da
reserva da PM, é especialista na história da Corporação e diz que se orgulha de
fazer parte da Instituição que ele considera "gloriosa e altaneira na
defesa do povo cearense".
"A PM foi convocada para a Guerra do
Paraguai, esteve na Revolução de 1930, na Revolução Constitucionalista de 1932.
Sempre que foram requisitados, os militares do Ceará demonstraram coragem nos
combates", afirmou o coronel.
O oficial conta com orgulho o dia em que a PM
enfrentou o bando de Lampião e conseguiu expulsar os cangaceiros do município
de Jaguaribara, mas lembra também fatos tristes para a Corporação.
"Durante a Sedição de Juazeiro, quando os seguidores de Padre Cícero se
dirigiam para Fortaleza para depor o Governo, houve um confronto na Cidade de
Acopiara e o comandante das tropas, J. Da Penha, foi morto. Como muitos outros
policiais durante estes 180 anos, morreu tentando defender o povo do
Ceará", disse Holanda.
Evolução
O responsável pelo Acervo Histórico da PM,
soldado Francisco José Abreu, afirma que a Polícia vem se moldando para atender
as necessidades da sociedade. O militar conta que no começo os integrantes da
Instituição eram recrutados e passavam apenas por testes físicos. Muitos dos
policiais não eram, sequer, alfabetizados. Para aprimorar as doutrinas, foi
criada a Academia Estadual de Segurança Pública (Aesp/CE), que instrui e
qualifica policiais até hoje.
Ele lembra que, a exemplo desta busca por
qualificação, foi lançado o modelo 'Cosme e Damião', em Fortaleza no ano de
1954. Os militares precisavam ter o ensino ginasial completo, fazer seleção
escrita e serem submetidos a um curso de etiqueta.
"Até ali a Polícia era iminentemente
rural. O modelo 'Cosme e Damião', implantado em 1954, foi inspirado no
policiamento inglês. Eram dois PMs que andavam juntos, com as mãos para trás e
faziam rondas a pé nos quarteirões do Centro. Já era uma visão de policiamento
muito moderna para a época. As pessoas saíam de suas casas para verem esses
policiais".
A partir deste princípio de polícia
comunitária, muitos outros modelos surgiram. O primeiro a usar o termo 'policia
comunitária' foi o coronel Eudoro Santana, no ano de 1987.
O então comandante da PM, coronel José Israel
Cintra Austregésilo acatou o projeto e lançou a PMTur voltada para o turismo; e
a criou o Grupo de Policiais Militares (GPM), que contava com doze policiais
que trabalhavam sempre na mesma área e deveriam interagir com a comunidade
local.
Já as tropas especiais, eram um único
pelotão, criado na década de 1970. Com o passar dos anos, o Pelotão Especial
evoluiu e se transformou no BPChoque, que hoje conta com diversos braços
especializados em controle de distúrbios civis.
Mulheres na PM
A primeira turma de policiais femininas
ingressou na Corporação, no ano de 1994. A militar Cléa Beltrão diz que enfrentou
preconceito quando entrou, mas isso foi resolvido. "Não importa se somos
homens ou mulheres, somos policiais. Estamos aqui por vocação e com o mesmo
fim: defender a população cearense". Já a tenente Elisângela Feitosa conta
que é realizada na profissão. Casada com um PM, com uma sirene intermitente no
toque do celular, revela: "não entrei aqui por um sonho, mas descobri que
nasci para isto".
Márcia Feitosa
Repórter
Fonte: DN
Um comentário:
Marcílio, Granja-ce
Parabéns! Sei que vocês são muito importante para a sociedade.
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