22 de outubro de 2014

ÍNDICE BAIXÍSSIMO: POLÍCIA CIVIL ELUCIDA NO MÁXIMO 8% DOS HOMICÍDIOS NO ESTADO.

8% dos homicídios são esclarecidos e seus autores efetivamente condenados e presos.

Em menos de 48 horas, a Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Ceará (DHPP) capturou dois suspeitos que seriam os responsáveis pelo assassinato do médico e empresário Cláudio Braga. As investigações que levaram à prisão serão detalhadas na tarde de hoje numa coletiva de imprensa convocada pela Secretaria de Segurança. Segundo as investigações, um menor de 18 anos estaria envolvido no crime.
Caso as investigações confirmem a autoria do homicídio em questão, é hora de parabenizar o sistema de segurança do Ceará pela rapidez com que efetuou as prisões. No entanto, há um ponto que chama a atenção: a efetividade das investigações e de esclarecimento dos crimes de homicídio precisa se estender ao conjunto da população.


Embora a qualidade e a transparência das estatísticas oficiais venham melhorando significativamente, o Ceará ainda não foi pródigo em produzir confiáveis índices de elucidação de crimes de morte. Porém, as estimativas mais otimistas apontam que, no máximo, 8% dos homicídios são esclarecidos e seus autores efetivamente condenados e presos. Trata-se também da média nacional. É um índice baixíssimo que estabelece um notável clima de impunidade.

Para que tenhamos mais clareza acerca desse número, vamos a um exemplo considerando um (muito otimista) índice de elucidação de 10% dos homicídios. Em 2013, os dados oficiais apontam a ocorrência de 4.462 mortes no Estado. Conclui-se que somente 446 deles podem ter sido elucidados. Ou seja, quatro mil homicídios permanecem impunes e, provavelmente, com mandantes e homicidas à solta nas ruas de nossas cidades. Chega a ser assustador.

Fizéssemos um corte social na lista de assassinatos, provavelmente se chegaria à conclusão de que os homicídios que vitimam cidadãos mais escolarizados e de melhor renda são os que costumam ser, cedo ou tarde, elucidados. A comoção social parece ser um fator que desencadeia uma reação eficiente do sistema de segurança. Portanto, pode-se concluir que a banalização do crime entre os mais pobres exerce pressão no sentido contrário.

Fonte: O POVO

Um comentário:

Anônimo disse...

Aqui em Camocim não é diferente, se não for a policia militar, os crimes ficam do jeito que esta e pronto, temos como exemplos os homicídios que aconteceram na Boa Esperança, onde ninguém foi preso e muitos foram mortos, por lá virou um jogo de vidas, de quem perde primeiro.