11 de julho de 2014

MILITARES ENCABEÇAM CHAPAS COMO VICES DE CANDIDATOS AO GOVERNO DO RIO.

Abreu (à esquerda) e Garcia (à direita) são vices nas chapas de Crivella e Garotinho, respectivamente
Dois militares, sendo um general do Exército e um bombeiro, estão entre os vices dos candidatos ao governo do Estado do Rio de Janeiro na eleição de outubro. São eles José Alberto da Costa Abreu (PRB), oficial das Forças Armadas que comandou o plano de segurança da JMJ (Jornada Mundial da Juventude), no ano passado, e Márcio Garcia (PR), major do Corpo de Bombeiros, que participou do movimento grevista da categoria, em 2011. Abreu, vice na chapa de Marcello Crivella (PRB), comandava a 1ª DE (Divisão de Exército) na época em que o papa Francisco veio à capital fluminense para a JMJ. Na ocasião, questionado sobre como os militares reagiriam se houvesse algum protesto dentro do espaço montado para receber o pontífice, o Campus Fidei, na zona oeste do Rio, o general declarou que eventuais manifestantes seriam "convidados a se retirar", isto é, expulsos do local.

O oficial também foi taxativo ao afirmar que pessoas utilizando máscaras seriam proibidas de entrar no Campus Fidei. Na visão dele, as forças de segurança não podiam ser permissivas em relação a um "elemento em atitude hostil".
Ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o general declarou ter patrimônio avaliado em R$ 971.939,27. Entre os seus bens estão imóveis em Niterói e Cabo Frio, quatro carros e dois terrenos. A escolha do PRB por Abreu foi feita às vésperas do fim do prazo determinado pelo TSE para inscrição das chapas --dia 5 de julho. O PRB não conseguiu arregimentar aliados para formar uma coligação.
Já Anthony Garotinho (PR), que tentará retornar ao cargo que ocupou entre 1999 e 2002, tem como candidato a vice-governador o bombeiro Márcio Garcia, também do PR. Embora o partido tenha conseguido aliados (PROS e PT do B), os correligionários de Garotinho não tiveram interesse em nomes sugeridos por tais legendas. Em 2011, o bombeiro estava entre os que foram presos após a invasão do quartel-central da corporação, no centro do Rio.
O movimento, que ficou conhecido posteriormente como S.O.S Bombeiros, marcou o início de uma vertiginosa queda de popularidade da gestão do ex-governador Sérgio Cabral (PMDB). Um dos rivais do PR na eleição para o governo do Estado, em outubro, será o atual governador, Luiz Fernando Pezão (PMDB), que era vice de Cabral.
"O próprio Cabral chamou os bombeiros, naquela época, de vândalos; os médicos, de vagabundos; e professores, de preguiçosos", comentou Garotinho quando a candidatura de Garcia foi anunciada. No dia 4 de junho de 2011, em entrevista coletiva, Cabral afirmou que os responsáveis por invadir o quartel-central formavam um "grupo de vândalos irresponsáveis" e anunciou a troca de comando da corporação.
Garcia foi um dos bombeiros anistiados pelo governo federal, no ano passado. Em 2012, ele concorreu à Câmara Municipal e se elegeu vereador com 18 mil votos. Ao TSE, o candidato a vice-governador declarou ter bens no valor de R$ 76.665,86, o que inclui um financiamento imobiliário e um carro.

Alto escalão da polícia


Os dois ex-chefes das forças policiais do Estado do Rio (polícias Civil e Militar) no período das grandes manifestações, em 2013, também resolveram tentar a carreira política. O coronel da PM Erir Ribeiro Costa Filho e a delegada Martha Rocha lançaram suas candidaturas a vagas na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio) pelo PSL e pelo PSD, respectivamente.
Em agosto do ano passado, Costa Filho foi exonerado pelo secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, após conceder anistia a 450 policiais que haviam sido punidos administrativamente durante a onda de protestos. Pouco tempo depois, o coronel criou um blog --no qual reproduz e comenta o noticiário policial-- e começou a articular a sua candidatura por meio das redes sociais.
No boletim interno da corporação em que anunciava a anistia, o ex-comandante da PM elogiou "o alto grau de profissionalismo" dos policiais "nas manifestações populares pacíficas e nos protestos ilegítimos e violentos", e também durante os grandes eventos realizados no Rio (em referência à Copa das Confederações e à Jornada Mundial da Juventude).
Já a ex-chefe de Polícia Civil do Rio, Martha Rocha, entregou o cargo no começo deste ano, após 30 anos na instituição. Ela foi a única mulher a chefiar a Polícia Civil fluminense. Em sua gestão, enfrentou uma greve da categoria, em 2012, e críticas de setores da polícia que demonstravam insatisfação com relação a nomeações.
Fonte: UOL

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