9 de março de 2014

VISTORIA: PM FECHA O CERCO CONTRA CRIMES EM PENITENCIÁRIAS.

Por conta da descoberta de um túnel, uma revista minuciosa, realizada pelo BPChoque, foi feita na antiga CPPLI

Policiais militares ocuparam, na manhã de ontem, a Unidade Prisional Agente Luciano Andrade Lima (Upalal), antiga CPPL I, em Itaitinga. Eles desencadearam uma operação de revista, na tentativa de apreender objetos ilícitos que estivessem no interior da unidade. A decisão de fazer a intervenção foi tomada depois que um túnel foi descoberto, na Rua B do Pavilhão 3 (P-3) da penitenciária, na quarta-feira de cinzas, dia cinco.
Os trabalhos foram realizados por PMs lotados nos grupos vinculados ao Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque), destacados no Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), no Comando Tático Motorizado e Rondas Ostensivas com Cães (Roca).
Minuciosa

A vistoria foi surpresa e bastante demorada, ao contrário do que ocorre normalmente nesse tipo de trabalho, que dura, em média quatro horas. A determinação foi para que a revista fosse bastante minuciosa. A "limpeza" foi realizada em oito das ruas do Pavilhão I.

No fim da tarde, os policiais apresentaram o resultado da busca. Eles conseguiram apreender 59 aparelhos de celular, 10 carregadores, 10 fones de ouvido e 21 baterias que estavam sendo utilizados pelos detentos. No decorrer da operação, realizada cela por cela, foram encontrados também 135 gramas de maconha.

O procedimento realizado na Upalal faz parte das atividades de vistorias das unidades prisionais do Estado, que é comandado pela Coordenadoria do Sistema Penitenciário (Cosipe), que é vinculada à Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus).

A quantidade de policiais militares que participou da operação não foi revelada, porém era possível ver estacionados no pátio da unidade um caminhão do BPChoque, cinco viaturas do Gate, quatro do Cotam, uma da Roca e um micro-ônibus do Controle de Distúrbios Civis (CDC).

Durante o tempo em que os militares permaneceram no interior da penitenciária, ninguém da diretoria quis falar sobre o procedimento que era realizado. A Sejus, através de sua assessoria, informou que a vistoria foi uma atividade rotineira que é realizada com frequência nas unidades prisionais do Estado.

Dificultar comunicação

Segundo uma nota enviada pela instituição, o objetivo da operação é fiscalizar de perto o funcionamento das unidades prisionais e tirar das mãos dos presos ferramentas que facilitem a comunicação deles com o mundo exterior, evitando que continuem no comando de grupos criminosos e articulando novos delitos fora da prisão.

No decorrer da semana passada, a Sejus registrou vários incidentes dentro das penitenciárias do Estado. Quatro presos morreram no período de Carnaval. Dois deles na Casa de Privação provisória de Liberdade II (CPPLII) e um na CPPL IV, ambas em Itaitinga. No Interior, um detento foi morto na Cadeia Pública de Tamboril (301Km de Fortaleza), que foi invadida por um bando armado e encapuzado.

Os presos que morreram em Fortaleza foram vítimas de espancamento em dois casos e de golpes de cossoco no outro. Além das mortes foi achado um túnel. A Sejus informou que já está investigando todos os casos, por meio de seu setor de inteligência, e que o andamento das apurações seriam mantidas em sigilo por questões de ligadas à segurança.

Fonte: DN

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