A polícia investiga uma possível motivação
passional para o assassinato do professor de 36 anos encontrado morto sob uma
ponte na Serra das Russas, em Gravatá, Agreste de Pernambuco, na noite de
terça-feira (18). Em depoimento, o soldado do Exército que confessou o crime
teria alegado que não aceitava o final do relacionamento dos dois. Os detalhes
da investigação foram divulgados nesta quarta (19).
O professor foi dado como desaparecido pela
polícia na ultima sexta-feira (14). Depois de o caso ser divulgado pela
imprensa, o soldado de 21 anos foi à Delegacia de Jaboatão dos Guararapes, no
Grande Recife, e afirmou ter comprado o carro do docente por R$ 50 mil. Em
seguida, alegou que o dono teria ido a Portugal e também que teria ganhado o
veículo de um tio.
Diante das contradições do depoimento, o
suspeito passou a ser questionado e acabou confessando o crime. De acordo com a
polícia, os dois seriam namorados e o soldado teria decidido matado o professor
após uma discussão, já que a vítima queria acabar o relacionamento e viajaria
de férias para Portugal.
O soldado teria dado um golpe de luta marcial
conhecido como "mata leão" no professor e o colocado no porta-malas
do carro, seguindo então do município de Cortês, onde o professor morava, até
Gravatá. Na Serra das Russas, ele teria parado o veiculo na ponte e atirado o
corpo de uma altura de 50 metros. "A partir do momento que ele confessou o
crime, se propôs a mostrar onde o corpo estava", explica o coordenador da
força-tarefa do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP),
Valcir Martins.
O corpo do professor foi trazido ao Instituto
Médico Legal (IML), no Recife. Ele estava com as mãos amarradas e um saco
plástico na cabeça, em estado de decomposição. A polícia investiga até que
ponto o suspeito está falando a verdade, pois a forma que o corpo foi
encontrado pode indicar morte cruel. "[A forma como o corpo foi
encontrado] é algo que vai ser investigado mais detalhadamente na conclusão do
inquérito policial", pontua Martins.
O suspeito passou a madrugada preso no
Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), no Recife, mas, como é
soldado do Exército, foi encaminhado ao 14º Batalhão de Infantaria Motorizado,
em Jaboatão, onde trabalhava, nesta quarta. Ele deve permanecer lá até a
conclusão do processo administrativo, que pode terminar na expulsão do militar
da corporação. Ele vai responder por ocultação de cadáver e por latrocínio
consumado, já que levou os pertences da vítima. O carro do professor foi
encontrado no bairro do Socorro, em Jaboatão.
Fonte: G1 PE
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