10 de janeiro de 2014

DECIBEFÔMETRO

Depois que inventaram som grande para carro, cuidar de poluição sonora virou uma das principais preocupações da polícia. Naquela noite, a guarnição do sargento Pilaque já tinha atendido a quatro ocorrências do tipo: o incomodado ligava para a central, que mandava a viatura para medir os decibéis quase sempre exagerados dos sons automotivos. No meio do caminho de um desses casos, Pilaque encontrou um carro cambaleando na avenida. Giroflex, sirene e voz de abordagem. O bebum desceu com as mãos para cima, se enrolando nas próprias pernas, e reagiu rispidamente quando um dos policiais o repreendeu por dirigir embriagado: “Você não pode provar! Só aceito ser preso se assoprar o bafômetro!”

Como Pilaque não queria se dar o trabalho de forçar o cachaceiro a largar o volante, e como bafômetro era artefato raro na sua unidade, sacou o decibelímetro, colocou na boca do bêbado, e fez piscar umas luzes que indicavam o quanto o cidadão tinha bebido. Ao constatar que tinha, de fato, exagerado, o sujeito chorou e se desculpou à guarnição, se dispondo pacificamente a cumprir todo o protocolo na delegacia.

Fonte: Prosopolícia 

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