Depois que inventaram som
grande para carro, cuidar de poluição sonora virou uma das principais
preocupações da polícia. Naquela noite, a guarnição do sargento Pilaque já
tinha atendido a quatro ocorrências do tipo: o incomodado ligava para a
central, que mandava a viatura para medir os decibéis quase sempre exagerados
dos sons automotivos. No meio do caminho de um desses casos, Pilaque encontrou
um carro cambaleando na avenida. Giroflex, sirene e voz de abordagem. O bebum desceu
com as mãos para cima, se enrolando nas próprias pernas, e reagiu rispidamente
quando um dos policiais o repreendeu por dirigir embriagado: “Você não pode
provar! Só aceito ser preso se assoprar o bafômetro!”
Como Pilaque não queria se dar
o trabalho de forçar o cachaceiro a largar o volante, e como bafômetro era
artefato raro na sua unidade, sacou o decibelímetro, colocou na boca do bêbado,
e fez piscar umas luzes que indicavam o quanto o cidadão tinha bebido. Ao
constatar que tinha, de fato, exagerado, o sujeito chorou e se desculpou à
guarnição, se dispondo pacificamente a cumprir todo o protocolo na delegacia.
Fonte: Prosopolícia
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