10 de janeiro de 2013

CEARÁ É O 4° DO PAÍS QUE MAIS REGISTROU ASSASSINATOS EM ASSALTOS ENVOLVENDO BANCOS EM 2012

O Ceará é o quarto estado do País que mais apresentou assassinatos em assaltos envolvendo bancos em 2012. Foram registradas 5 mortes desta natureza no ano passado, conforme o levantamento da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
A Secretária de Segurança Pública e Defesa Social do Estado do Ceará (SSPDS/CE) foi procurada pela equipe de reportagem, mas não quis se pronunciar sobre o assunto.

Principal ocorrência foi o crime de "saidinha de banco", que provocou 30 mortes no País. Foto: Kiko Silva

A pesquisa destaca que o Estado fica atrás apenas de São Paulo com 15 mortes, Bahia com 8 e Rio de Janeiro com 7 assassinatos. Em 2011, uma pessoa morreu em assalto envolvendo ações em banco no Ceará, o que mostra uma variação de 400% em um ano.   
O estudo divulgado nesta quinta-feira (10) mostra que 57 pessoas foram assassinadas em 2012 no Brasil em ocorrências envolvendo bancos, uma média de quase 5 vítimas por mês. O número revela um aumento 16,3% em comparação a 2011, quando foram registradas 49 mortes no país.  
O levantamento foi realizado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e Confederação Nacional dos Vigilantes (CNTV), com base em notícias da imprensa e apoio técnico do Dieese.
"Saidinha de banco" é a principal ocorrência
Em todo o Brasil, a principal ocorrência foi o crime de "saidinha de banco", que provocou 30 mortes, representando 53% dos casos. Em segundo lugar, aparece pela primeira vez, as mortes em assaltos a correspondentes bancários, com 9 mortes (16%). Na terceira posição estão os assassinatos em assaltos a agências, com 8 vítimas (14%).
Apenas proibir o uso do celular nos bancos é uma medida ineficaz, pois não impede a visualização de operações, para o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro. "Esse crime começa dentro dos bancos e, para combatê-lo, é preciso evitar a ação dos olheiros na hora do saque de clientes nos bancos, através de medidas como a instalação de biombos entre a fila de espera e os caixas, e de divisórias individualizadas entre os caixas, inclusive os eletrônicos".
Outra medida eficaz é a instalação de portas de segurança com detectores de metais antes do autoatendimento, câmeras internas e externas de monitoramento em tempo real nos espaços de circulação de clientes, e vidros blindados nas fachadas.
Clientes foram as maiores vítimas dos crimes em banco
A maioria das vítimas no Brasil em 2012 foram clientes (33) que representaram 58%, seguido de vigilantes (9), policiais (6) e 2 bancários também foram mortos.Na comparação entre 2011 e 2012, o número de mortes subiu de 30 para 33, um crescimento de 10%. A pesquisa aponta que a maioria são homens com 53 vítimas (53), o que representa 93% dos casos.
A pesquisa revela que o maior número de mortes acontece com a faixa etária de 41 a 50 anos, com 11 ocorrências (19%), seguida das faixas de 31 a 40 anos, com 9 casos (16%) e de até 30 anos, igualmente com 9 assassinatos (16%). A faixa com mais de 60 anos registra 6 vítimas fatais (11%).
Investimentos dos bancos é insuficiente, para Confederação
Com base em balanços publicados de janeiro a setembro de 2012, os cinco maiores bancos (Itaú, BB, Bradesco, Caixa e Santander) lucraram R$ 35,8 bilhões e tiveram despesas com segurança e vigilância de R$ 2,2 bilhões, conforme estudo feito pelo Dieese. Comparando os números, os bancos gastaram 6,03% dos lucros em segurança e vigilância.

"Esses dados dos balanços comprovam mais uma vez o que constatamos há muito tempo: os bancos não priorizam a vida das pessoas, pois gastam muito pouco com segurança em comparação com os seus lucros astronômicos", avalia presidente da CNTV, José Boaventura Santos.

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