Eles vão responder pelos crimes de estelionato, furto mediante fraude,
resistência à prisão, desobediência e desacato.
Investigação iniciada há um mês, pela equipe da
Delegacia de Repressão a Crimes Tecnológicos, da Polícia Civil do Estado do
Pará, resultou nas prisões em flagrante de dois irmãos cearenses que clonavam
cartões bancários, por meio do golpe conhecido como “chupa-cabras”, equipamento
usado para copiar os dados em caixas eletrônicos.
Osvaldo Sousa Oliveira, 26 anos, e Alef Luís
Sousa de Oliveira, 19, nascidos em Boa Viagem, no Sertão Central cearense,
foram flagrados no momento em que desinstalavam o equipamento em um terminal de
caixa eletrônico bancário, instalado em um centro de lojas, no centro de Belém.
A equipe policial estima que mais de 400 pessoas podem ter sido vítimas dos
golpistas apenas no último fim de semana, por terem usado o caixa eletrônico.
Os presos foram apresentados à delegada Beatriz Silveira.
A dupla foi presa por policiais civis. No
momento em que receberam voz de prisão, os acusados resistiram e um deles
chegou a agredir com uma cotovelada no rosto um dos policiais. “Eles diziam que
não iriam ser presos por policiais civis do Pará”, revelou à delegada.
Com eles, uma pasta tiracolo com o equipamento
desmontado, três telefones celulares, um relógio de alto valor e uma cola,
usada para grudar o equipamento no monitor do terminal, foram apreendidos.
Denominado tecnicamente de “ATM Card Skimming”, clonador de cartões, o
equipamento é instalado por cima do terminal do caixa eletrônico original.
Golpe –
A delegada detalhou de que forma o esquema acontecia. Pela manhã, os golpistas
chegavam ao caixa eletrônico, com o equipamento dentro de uma bolsa. Depois, o
“chupa-cabras” era rapidamente instalado no monitor do terminal. O aparelho
tinha três pequenos furos pelos quais três microcâmeras registravam imagens do
teclado do caixa eletrônico, no qual o cliente digitava a senha de acesso ao
cartão.
Depois que a vítima passava o cartão no leitor
da tarja magnética, os dados eram copiados e arquivados em um dispositivo
eletrônico (chip) no equipamento. Já à noite, os criminosos retornavam ao caixa
e retiravam o “chupa-cabras”. Os dados coletados eram transmitidos para outro
cartão. “Nas contas em que não houvesse dinheiro, eles usavam o cartão para
fazer empréstimos de elevadas somas”, detalhou a delegada. Há informações de
que, no Estado do Paraná, os golpistas conseguiram R$ 10 mil em só um dia.
Alef foi preso, ano passado, junto com o pai, em
Cascavel, no Paraná, pelo mesmo crime. O irmão dele, Osvaldo, já foi preso em
Brasília (DF), em 2011. Os dois também foram presos no Estado do Rio Grande do
Sul. Segundo as investigações, os criminosos agiam em Belém, desde outubro
deste ano, implantando o equipamento em terminais de caixas eletrônicos.
Até o momento, a polícia constatou que em quatro
caixas, dois deles em supermercados e outros dois em um centro de lojas, houve
a instalação do “chupa-cabras”. A dupla, desta vez, veio do Ceará ao Pará
no sábado passado. Em Belém, eles se hospedaram em um hotel. Depois, escolheram
o caixa eletrônico de forma aleatória.
Os criminosos não mantinham o equipamento
instalado por vários dias no mesmo caixa eletrônico. A máquina era trocada de
um dia ao outro. A preferência é sempre por caixas eletrônicos que ficam em
pontos com o mínimo de câmeras de segurança. Para não serem filmados e,
posteriormente, identificados por câmeras, eles usavam bonés para encobrir
parte do rosto. A equipe policial estima o valor do equipamento em R$ 25 mil.
Ambos permanecem presos em presídios da Grande
Belém, à disposição da Justiça. Eles vão responder pelos crimes de estelionato,
furto mediante fraude, resistência à prisão, desobediência e desacato. As
investigações prosseguem para identificar outros envolvidos no esquema. A
delegada orienta aos clientes bancários que a única forma de não cair no golpe
é verificar se o terminal do caixa eletrônico apresenta ranhuras. Também é
importante observar se o monitor está com a aparência diferente do normal.
Fonte: Revista Central
2 comentários:
CONHEÇO UM CARTÃOZEIRO E SEI ONDE ELE AGE, COMO FAÇO PRA DENUNCIÁ-LO?
Muito fácil, ligue para o 190 e com bastante calma diga que quer fazer uma denúncia de forma anônima, pois tem medo de epresália. Daí diga tudo que sabe , citando nomes dos envolvidos, tipos de veículos que costumam conduzir, placa, horários que costumam agir, local etc., garanto que sua identidade vai ser preservada.
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