25 de maio de 2012

CASO DA ESCRIVÃ DESPIDA: CÚPULA DA SEGURANÇA PÚBLICA VAI DECIDIR SOBRE O CASO. (ASSISTA O VÍDEO DA ESCRIVÃ SENDO DESPIDA A FORÇA)

O caso da ex-escrivã de polícia que foi obrigada a ficar nua por colegas que investigavam uma denúncia de corrupção está prestes a ter um desfecho, três anos depois. Já está nas mãos do delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Marcos Carneiro, o relatório da Corregedoria com os depoimentos de todos os envolvidos. Mas é a cúpula da Secretaria da Segurança Pública (SSP) que vai decidir o destino dos delegados investigados por abuso.

Ela era casada, trabalhava havia dez anos na polícia e estava terminando a faculdade de direito, mas tudo mudou de um dia para o outro.

“Eu perdi meu emprego, além de toda a humilhação, além de toda exposição, eu perdi meu casamento. Eu fui conduzida de forma extremamente truculenta para a Corregedoria, algemada, como se eu fosse um bicho, como se eu tivesse oferecendo algum risco para alguém. E depois eu fui conduzida para o presídio”, contou a ex-escrivã.

O dia que mudou a vida da ex-escrivã foi registrado em imagens que chocaram a opinião pública. Acusada de receber R$ 200 de propina e esconder na calcinha, ela, na ocasião, pediu uma revista feminina. Mas teve as roupas arrancadas por um delegado da Corregedoria, órgão que tem a função de zelar pela conduta policial.

As imagens feitas por policiais da própria Corregedoria só vieram a público dois anos depois, no início de 2011, e começaram a mudar o rumo do que antes parecia apenas uma justa e legítima prisão em flagrante de uma policial desonesta.

Quatro delegados foram investigados. O parecer da Corregedoria absolveu dois deles. E recomendou a demissão do delegado Eduardo Henrique de Carvalho Filho, que comandou a operação.
“Não se poderia nem ser cogitada essa demissão, esse pedido de demissão com base em um fato que a Justiça já declarou que era legal, que era lícito e era possível dentro das circunstâncias que o fato apurado ali determinava”, afirmou o advogado de defesa do delegado, Daniel Bialski.

O parecer da Corregedoria também pediu a suspensão por 90 dias do delegado Gustavo Henrique Gonçalves, por ter se omitido diante da situação. Esse parecer da Corregedoria já foi encaminhado para o delegado-geral de polícia, ao Conselho da Polícia Civil e para o secretário da Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto. Todos vão opinar sobre o caso e a decisão final será do governador Geraldo Alckmin.

O delegado-geral disse nesta sexta-feira que ainda vai analisar qual será a punição para o erro dos policiais. “O que eu já analisei é que houve o erro. O erro foi patente, inclusive com uma repulsa da sociedade. O trabalho de combate à corrupção tem de ser sempre motivado, apoiado, mas também não pode cometer crime para combater a corrupção", afirmou Marcos Carneiro.

O delegado Gustavo Henrique Gonçalves, que acompanhou a operação policial, não quis gravar entrevista. Mas o advogado dele, Luciano Anderson de Souza, disse que o delegado já foi inocentado pela própria vítima em depoimento à Corregedoria.




Fonte: G1
CAMOCIM POLÍCIA 24hs

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