21 de dezembro de 2011

ALIADOS SE VOLTAM CONTRA DEPUTADO CAPITÃO WÁNER SOUSA

Wagner Sousa só teve a chance de responder às críticas dos colegas na AL por três minutos, durante o Pela Ordem

A base governista se voltou, ontem, contra o opositor Wagner Sousa (PR) em uma sessão plenária marcada por inúmeras críticas à postura do parlamentar ao incentivar a manifestação de policiais militares durante visita dos deputados às obras do Metrofor, no último sábado, com a presença do governador Cid Gomes. O deputado Welington Landim chegou a defender uma representação no Conselho de Ética contra o colega.
Pelo menos 15 deputados estaduais se pronunciaram na sessão de ontem sobre o incidente envolvendo manifestantes da Polícia Militar e o governador do Ceará, quando policiais cercaram o carro conduzido por Cid, após ele recusar o pedido do deputado Wagner Sousa para receber uma comissão de manifestantes com o intuito de discutir melhorias salariais à categoria.

O primeiro a levar o assunto à tribuna da Casa foi o deputado Carlomano Marques (PMDB). Em um pronunciamento de 45 minutos, o parlamentar lamentou o "mesquinho acontecimento" de sábado, considerando que foram feridas "a dignidade da Assembleia e a confiança da população cearense". Ele ainda acusou Wagner Sousa de ter interesse eleitoreiro na situação.

"Muitas vezes a pessoa quer ajudar e atrapalha com propostas vazias e exigências infantis, em nome de uma corporação que muitas vezes não representa porque não é o seu objeto principal", disparou. Para Carlomano, Wagner Sousa pôde escolher entre ir à manifestação dos policiais, que considera legítima, ou cumprir a missão parlamentar. Mas, segundo ele, preferiu protagonizar um ato "mesquinho".

"Capitão Wagner quer tirar três couros de um bode só. Quer comandar a instituição, ser deputado e vereador", criticou. Carlomano disse ainda que não é "lícito, verdadeiro e democrático" que o deputado do PR insulte a instituição a qual ele pertence.

Eleitoreiro
O deputado Moésio Loiola (PSD) disse não saber de que lado o parlamentar estava, mas considerou clara a existência de interesse eleitoreiro e falta de equilíbrio. "O deputado cantou de galo como militar e no momento da dificuldade se escondeu atrás da carteira parlamentar", criticou o parlamentar.

Para Sérgio Aguiar (PSB), Wagner Souza não deveria confundir seu papel de ativista político e de líder da corporação. Argumentando que os deputados exerciam ali o papel de fiscalização, ele considerou que o deputado Wagner não estava antenado ao que se passava, quando incentivou a agressão aos parlamentares. Ele se referia a um carro de som, através do qual manifestantes chamaram os parlamentares de "corja de vagabundos"

Sérgio Aguiar se exaltou, ao reclamar que o colega não respeita as hierarquias e tenta desmoralizar o Legislativo. "Fez ali um palanque político eleitoral na tentativa de desmoralizar o poder legislativo e os deputados. Estou decepcionado com Vossa Excelência. Lute pelo que tem que lutar, mas respeitando o povo cearense", declarou.

Agressão
Também criticando o deputado Wagner por colocar seus interesses políticos à frente da luta da categoria dos militares, Welington Landim defendeu a abertura de uma representação contra ele no Conselho de Ética por entender que o deputado agrediu a Assembleia.

"Merece uma representação no Conselho de Ética. Aí sim, porque essa visita (ao Metrofor) era oficial. É legitimo (o deputado Wagner) lutar pelos seus interesses democraticamente, desde que seja pacífico", declarou Landim, acrescentando que nunca conheceu um parlamentar de oposição com postura semelhante. "Poderia ter havido morte. Que isso sirva de exemplo pra que nunca mais ocorra", disse.

Para Landim, o deputado Wagner tem o objetivo principal de desestabilizar o Governo. "O seu começo foi triste aqui, e o final melancólico. Não honrou essa Casa", criticou o deputado. Ele disse ainda que Cid não pode resolver em duas gestões problemas de segurança que se intensificam há 50 anos. "A boa liderança é aquela que é humilde e trabalha pra ser resolvido. Essa é a grande diferença dos homens de bem", declarou.

Os deputados Júlio César Filho, Teodoro, Silvana, Danniel Oliveira, Ferreira Aragão, Cirilo Pimenta e Tomaz Holanda também criticaram a postura do colega durante a manifestação.

Controle
O líder do Governo na Casa, Antônio Carlos (PT), salientou que a responsabilidade de quem esta liderando o ato é a maior e que a palavra tem que ser calma e disciplinada, o que não ocorreu com Wagner Souza. "Se não tiver cuidado, pode descambar para algo sem controle. A liderança desse movimento é preciso de muito equilíbrio, porque é um segmento que porta armas".

Durante os pronunciamentos, o deputado Wagner tentou responder várias vezes, mas nenhum dos oradores lhe concedeu aparte. Ele pediu questão de ordem e também direito de resposta, mas o presidente da Casa, Roberto Cláudio (PSB), não acatou. "Vossa excelência não teve honra ferida, a crítica de parlamentares é comum na Casa. A presidência não entende que teve palavras de baixo calão e indefere o pedido", justificou Roberto Cláudio.

O deputado Wagner só conseguiu falar só três minutos, no Pela Ordem. Ele disse não precisar escolher ser deputado ou capitão, pois continua na polícia mesmo após ir para a reserva. Afirmou que uma representação no Conselho de Ética não lhe preocupa. "Houve problemas mais graves e não deu resposta. Estou pronto pra responder ao Conselho. Não vim para ficar, estou deputado. Mas vou seguir o juramento que fiz no dia da minha posse", declarou.

Ele criticou ainda quando Welington Landim afirmou que ele chegou mal na Casa e que termina com melancolia. "Quem disse que estou saindo? 2014 já chegou? Quem sabe se a ameaça que o governador fez vai ser me demitir da corporação para inviabilizar a minha candidatura?", questionou.

Wagner Sousa explicou que, ao entrar no local do Metrofor, foi como parlamentar para tentar agilizar uma reunião com a categoria de policiais. "Em nenhum momento agredi o governador. Ele disse que não permitia o encontro", afirmou.

Em resposta, Moésio Loiola disse que não foi nada civilizado o que viu na visita ao Metrofor. Ele criticou a conduta do capitão Wagner, afirmando que se ele fosse general, seria comparável ao ex-presidente João Figueiredo o último da Ditadura Militar. "Eu lamento profundamente. Se posiciona muito mais como rainha do maracatu do que como deputado estadual", declarou.

Arrogante
Perboyre Diógenes chamou Wagner Sousa de "arrogante" e "mentiroso", afirmando o parlamento foi desrespeitado. "Ele está usando o mandato. É um deputado gogó de aluguel, comandado pelo prefeito Roberto Pessoa, que é inimigo pessoal do governador", declarou, sendo vaiado pelos militares que acompanhavam a sessão. Perboyre chamou aqueles que vaiavam de "vândalos" e disse que vandalismo não lhe calaria.

Já Roberto Mesquita (PV), da bancada de oposição, reclamou que o governador Cid Gomes não receba as categorias para discutir suas reivindicações. "Cid não cuidou das pessoas. Humilhou por muitos meses os professores. Agora humilha os policiais. A categoria apenas queria conversar e negociar, e ele não quis receber. Isso ninguém fala aqui na Casa", declarou.

Em vários momentos da sessão, o presidente Roberto Cláudio ponderou para que os manifestantes não vaiassem e nem aplaudissem quando um orador estivesse na tribuna. À galeria do povo, foi permitido entrar um número pequeno de manifestantes, pois o espaço já estava sendo ocupado por estudantes. A maior parte dos policiais ocupou outras dependências da Casa.

Ao Diário do Nordeste, o deputado Wagner Sousa reclamou de "manobra política" para evitar sua fala. Ele disse que chegou à Assembleia por volta das 5:40, mas as seis inscrições do primeiro expediente já haviam sido feitas. Ele se inscreveu ao segundo expediente, mas a sessão foi suspensa sob a justificativa de que as comissões precisavam se reunir para limpar a pauta no final do ano legislativo.

Hoje, não haverá sessão plenária porque a Casa promove uma audiência pública para tratar das peças orçamentárias e da siderúrgica. Amanhã, último dia do período legislativo, será a votação da LOA e do PPA.

Fonte: DN
CAMOCIM POLÍCIA 24HS

5 comentários:

MIRANDA disse...
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Anônimo disse...

esse deputados só pensam neles.,continuie assim Capitão pois vc está representando um classe oprimida por esses DEPUTADOS que só pensam quanto vão ganhar apoiando o Governador

Anônimo disse...

os outros deputados bobinam só ´pq não tem coragem de fazer o que o capitão fez !!! um ato de bravura !!

Anônimo disse...

é muito bom saber que o deputado sergio aguiar ão inves de ficar a favor do povo que ali estão representados pelos policias fica a favor do governador é por isso que nem na sua terra natal ele ganha mais nada se cuida deputado.

Anônimo disse...

continue assim capitão,na busca por melhorias para a segurança pública,poi quem ganha mais é a população.Esses outros deputados se defendem atrás do povo...