Avança em ritmo preocupante o número de ameaças e tentativas de coibir o trabalho de promotores no Ceará. Em pouco mais de um mês, representantes do Ministério Público em pelo menos três municípios foram alvos de tentativas de intimidação. Em comum entre eles, o fato de serem autores de iniciativas que causam incômodo às prefeituras das comarcas em que atuam. A onda de pressão contra o trabalho de quem investiga desmandos administrativos ocorre em meio à recente e bem-vinda ofensiva contra a corrupção que campeia no Estado. E, na linha de frente de tais ações, estão justamente os promotores.
Os alvos são todos jovens, que estão nas atuais comarcas há pouco tempo. São a eles que os autores das ameaças tentam intimidar e coagir.
Os alvos são todos jovens, que estão nas atuais comarcas há pouco tempo. São a eles que os autores das ameaças tentam intimidar e coagir.
Em Santana do Acaraú, duas pessoas fizeram relato idêntico: ouviram, de terceiros, que o ex-prefeito de Tianguá, Gilberto Moita, mandaria matar o promotor Igor Pinheiro. Moita foi preso em junho, na Operação Caça-Fantasma, acusado de fraudar licitações em Santana do Acaraú. Desde as ameaças Igor tem tomado precauções.
“PARA DAR UM SUSTO”
Em Chaval, o promotor Franke José Soares Rosa recebeu relatos de uma conversa na qual teria sido planejado “dar um jeito” no representante do MP, ainda que “para dar um susto”. O promotor tomou várias iniciativas relacionadas a irregularidades no funcionalismo municipal. Foram movidas ações de improbidade administrativa em função de contratações sem leis autorizativas, prorrogações automáticas de contratos, além de iniciativas para assegurar o pagamento de salário mínimo a servidores e questionamento a gente que recebia sem trabalhar. Dias antes da suposta ameaça, havia sido preso um acusado do delito de usurpação de função pública. Ele trabalhava e recebia o salário em nome do padrasto – servidor concursado, que se mudou para o Rio de Janeiro. O acusado, inclusive, assinava o livro de ponto com o nome do verdadeiro servidor público.
Em Chaval, o promotor Franke José Soares Rosa recebeu relatos de uma conversa na qual teria sido planejado “dar um jeito” no representante do MP, ainda que “para dar um susto”. O promotor tomou várias iniciativas relacionadas a irregularidades no funcionalismo municipal. Foram movidas ações de improbidade administrativa em função de contratações sem leis autorizativas, prorrogações automáticas de contratos, além de iniciativas para assegurar o pagamento de salário mínimo a servidores e questionamento a gente que recebia sem trabalhar. Dias antes da suposta ameaça, havia sido preso um acusado do delito de usurpação de função pública. Ele trabalhava e recebia o salário em nome do padrasto – servidor concursado, que se mudou para o Rio de Janeiro. O acusado, inclusive, assinava o livro de ponto com o nome do verdadeiro servidor público.
“NÃO VAMOS ESPERAR QUE PROMOTOR MORRA, COMO JUÍZA MORREU”
O promotor Igor Pinheiro disse à coluna que tais ações não intimidam. No entanto, informou que não vão esperar que um promotor morra, como ocorreu com a juíza Patrícia Acioli, assassinada há uma semana no Rio de Janeiro. “Estamos desagradando a muitas pessoas importantes. A retaliação é inevitável. Uma hora vai acontecer. Se não forem tomadas providências, algum dos promotores que está fazendo seu papel sofrerá atentado”. Apesar de tudo, ele ressalta que muito mais resultados do trabalho do Ministério Público aparecerão em breve. “Muita gente vai ser presa ainda. Coisas engatilhadas, que estão para acontecer. Isso não vai parar”.
Érico Firmo
ericofirmo@opovo.com.br
ericofirmo@opovo.com.br
Fonte: Jornal o Povo via Camocim Imprcial
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