O traficante de drogas Zolão, da Rua Pedro Conde, no bairro São João, na zona Sudeste de Teresina, está misturando crack em saquês de mel de abelha e distribuindo para as crianças aproveitando a proximidade com escolas públicas. A mistura resulta em uma goma doce semelhante a chiclete e bala.
“O traficante dá as balas para as crianças com objetivo que fiquem viciadas. Todo traficante não vende inicialmente, dá para que a pessoa fique na mão dele. As crianças não têm dinheiro, mas a estratégia é que fiquem viciadas para puxar dos pais, para que roubem os objetos, bens e dinheiro de suas casas. Uma pessoa fica sem usar crack três dias, no máximo”, disse Miranda Neto.Ele que é fundador e coordenador do Grupo de Amigos da Vida (GAV), entidade que mantém uma comunidade terapêutica para tratamento de dependentes químicos na zona rural do município de Piracuruca (294 km de Teresina) com capacidade para atender 25 pessoas, mas que está atendendo 42 pessoas.
Segundo Miranda Neto, os traficantes de drogas dissolvem as pedras de crack no fogo e misturam com o mel e ficam parecendo jujubas, colocam dentro do plásticos, dão para as crianças e elas chupam.
Ele diz que a cada dia três pessoas procuram para internamento e tratamento contra a dependência de drogas.
“Já temos muitos casos de crianças”, declarou Miranda Neto.
Alugar um sítio em José de Freitas ou União exclusivo para crianças e mulheres porque as fundações com comunidades terapêuticas só atendem jovens e adultos.
O Gav tem em Piracuruca uma área de três hectares. O sítio na região de José de Freitas
O prefeito de Teresina, Elmano Férrer (PTB), assinou decreto proibindo o funcionamento de venda de bombons, balas e de bares em uma distância de cem metros do entorno das escolas da cidade.
“O crack está proliferando com tal velocidade que as fundações não têm mais vagas, as crianças estão entrando no vício e nós não temos onde interná-las para fazer o tratamento contra a dependência da droga, não podemos colocá-las com adultos. As crianças estão ficando viciadas, mas como é que vamos tratá-las. A minha grande preocupação é porque tratamento para crianças não tem e a velocidade da dependência das crianças é mais rápido”, disse Miranda Neto.
O vício infantil do crack traz mais e novos problemas porque as mães saem muito cedo e voltam para o trabalho às 19h e não têm como acompanhar os filhos.
“A velocidade do vício infantil é muito grande. As crianças chegam da escola e fazem o quê em casa. Os traficantes estão trabalhando com essa ociosidade”, falou Miranda Neto.
Fonte: MN/Camocim Polícia24hs
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