O Instituto Doutor José Frota (IJF), no Centro de Fortaleza, mantinha ontem 27 presos internados. Ao todo, eram 41 policiais militares vigiando os detentos. O efetivo de PMs daria para cobrir o policiamento de quatro municípios cearenses de pequeno porte, segundo o Comando de Policiamento do Interior (CPI).
Os presos ficam nos mesmos ambientes onde os demais pacientes estão hospitalizados. A falta de um local para atendimento separado do restante das vítimas preocupa a direção da unidade.
“Quando nos deparamos com a presença de presos sendo escoltados por policiais armados dentro do hospital, cria-se uma tensão no ambiente. Isso gera uma sensação de insegurança. Mas, como hospital, temos que atender a todos como pacientes. Porém, nos preocupamos com a segurança coletiva”, informa o diretor clínico do IJF, Osmar Aguiar.
Dentre os detentos no hospital, nove estão internados no Centro de Tratamento de Queimados (CTQ), vítimas de briga entre detentos na Casa de Privação Provisória de Liberdade (CPPL) I, na cidade de Itaitinga, na madrugada da última segunda-feira.
No IJF, os presos ficam nos mesmos ambientes onde os demais pacientes estão hospitalizados. Foto: André Salgado |
De acordo com o sargento José Peixoto, somente no CTQ, há cinco policiais de plantão, por se tratar de um ambiente único. Já nos leitos de emergência e enfermaria da unidade, outros 36 policiais atuam para garantir a segurança do estabelecimento.
O POVO abordou a questão na coluna Vertical, publicada na última quarta-feira. No dia anterior, eram 24 presos internados no hospital, sendo guardados por 48 policiais.
Projeto de área isolada
Em fevereiro de 2011, após a fuga de um preso que estava internado no hospital, representantes do Ministério Público do Estado (MPE), da Polícia Militar e da direção do IJF se reuniram para delimitar uma área física do hospital destinada a receber exclusivamente presos.
Contudo, conforme a titular da Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde Pública, Isabel Porto, houve pouco avanço no caso em razão da mudança de administração do hospital. Segundo o diretor Osmar Aguiar, a administração enfrenta dificuldades para elaborar o projeto de segurança da unidade, pois a estrutura física local está “sobrecarregada”.
O preso que fugiu do IJF em 2011 escapou da enfermaria do hospital após pedir aos policiais da escolta para ir ao banheiro. Lá, se trancou e pulou a janela.
ENTENDA A NOTÍCIA
Para cada preso mantido na unidade hospitalar, dois policiais militares costumam ser designados para fazer a custódia. Presença de homens armados e detentos estaria causando.
Fonte: O POVO
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