16 de janeiro de 2013

DELEGADO É AFASTADO POR SUSPEITA DE ACEITAR SUBORNO DE TRAFICANTES.


Delegado afastado

Um delegado de Polícia Civil do Estado que atuava como plantonista do 34º DP (Centro), foi afastado das funções, na tarde de ontem, por decisão da cúpula da instituição. Ele foi denunciado por PMs na Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário do Estado do Ceará (CGD), por não autuar em flagrante um grupo de cinco pessoas que havia sido preso com cerca de 400 gramas de cocaína, 490 gramas de crack, cerca de R$ 1 mil, e outros apetrechos característicos do tráfico, como balança de precisão e material para embalagem dos entorpecentes, além de produtos usados no refino e desdobramento de cocaína.


O episódio ocorreu na noite de segunda-feira, depois que uma patrulha do Batalhão de Rondas de Ação Intensiva e Ostensiva (BPRaio) prendeu o grupo suspeito em um ponto de venda de drogas na comunidade conhecida como Forró da Bala, no bairro Rodolfo Teófilo. Os cinco acusados, um adolescente e quatro adultos, foram conduzidos para a delegacia da área, o 34º DP, onde o delegado estava de plantão.

Mas, apesar das evidências do crime de tráfico, o delegado decidiu não autuar o grupo detido, preferindo lavrar um Termo Circunstanciado de Ocorrência (T.C.O.), procedimento que substituiu o flagrante nos casos de crimes considerados de menor potencial ofensivo, cuja pena prevista na Lei seja igual ou inferior a dois anos de prisão, como o consumo de drogas.

Dos quatro adultos detidos pelo BPRaio, apenas um deles, identificado como Michel de Castro Silva, ficou preso por existir contra ele um mandado de prisão por porte ilegal de arma.

Os outros três adultos foram liberados após prestar esclarecimentos. Já o menor, foi encaminhado à Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA) e contra ele lavrado o auto de apreensão em flagrante por tráfico. O procedimento foi feito por outro delegado plantonista.

No momento do flagrante, Michel, que é considerado o bandido que controla o tráfico naquela comunidade, chegou a oferecer R$ 30 mil aos PMs do BPRaio como suborno para ser liberado, mas não teve êxito.

Provas

Diante da gravidade do fato, os PMs decidiram acionar a CGD. O comandante do BPRaio, major Márcio Oliveira, informou ter feito um relatório do ocorrido, com provas como fotos, vídeos e registros da ocorrência na Ciops. Cópias do documento foram enviadas ao Comando-Geral da PM, ao Ministério Público Estadual, à Delegacia Geral da Polícia Civil e à CGD.

Na tarde de ontem, o delegado-geral da Polícia Civil, Luiz Carlos de Araújo Dantas, afastou o delegado de suas funções.

Fonte: DIÁRIO DO NORDESTE

Um comentário:

Anônimo disse...

podem até ter o poder de analisar quando se deve ou não fazer um flagrante, mas dessa maneira descaracterizar este fica difícil para a justiça, a sociedade que viu este traficante ser preso e em seguida ser liberado, teve ter ficado com o sentimento de impunidade.