18 de maio de 2011

FEITA A PRIMEIRA APREENSÃO DE OXI NO PIAUÍ

Os policiais do 1º Batalhão da Polícia Militar (BPM) fizeram na noite de quarta-feira a primeira apreensão de oxi do Piauí. O comandante do grupo que fez primeira apreensão, tenente Idálio dos Santos Pinheiro disse que foram apreendidas 165 pedras de oxi no quintal da casa do acusado de tráfico de drogas André Francisco da Paz Nascimento, na Rua Gabriel Ferreira, no bairro Macaúba, na zona Sul de Teresina. Também foram apreendidos com o casudo de tráfico de drogas R$ 155, em cédulas de R$ 10 e R$ 20.
Ele informou que os policiais estavam procurando André Francisco da Paz Nascimento desde às 14h no momento em que estavam fazendo buscas de um sobrinho dele acusado também de envolvimento com o tráfico de drogas.
Ainda desconhecido pela maioria da população, o óxi ou oxidado, uma droga parecida com o crack, só que mais devastadora, já se espalhou por dez Estados do país.



Assim como o crack, o princípio ativo do óxi é a pasta base da folha de coca. Enquanto o crack é obtido a partir da mistura e queima da pasta base com bicarbonato de sódio e amoníaco, no óxi são utilizados cal virgem e algum combustível, como querosene, gasolina e até água de bateria --substâncias que barateiam o custo do entorpecente.
O óxi é inalado ou fumado, assim como o crack, na lata ou no cachimbo. A droga é produzida na Bolívia e no Peru e começou a entrar no Brasil em 2005 pelo interior do Acre. Em pouco tempo, chegou a Rio Branco, onde atualmente há um número elevado de usuários, e se espalhou para outras capitais da região Norte, como Manaus (Amazonas), Belém (Pará), Macapá (Amapá) e Porto Velho (Rondônia).



No Piauí havia o registro de consumo de oxi pelos dependentes químicos, mas nunca tinha sido feito apreensão da droga.
“O oxi é mais escuro e mais devastador do que o crack. É a primeira vez que apreendemos essa droga”, falou tenente Idálio dos Santos Pinheiro.
André Francisco da Paz Nascimento disse que as pedras do oxi não eram suas e que “eles” (os policiais) já tinham em sua casa com a droga, o que foi desmentindo pelos militares.
“Essa droga não é minha, Estava em minha casa, mas não é minha e não sei onde foi comprada, nem onde foi vendida”, falou André Francisco, que foi levado para a Central de Flagrantes de Teresina.
O tenente Idálio dos Santos Pinheiro disse cada pedra de oxi seria vendida a R$ 10. As pedras já estavam embaladas para a comercialização.
A pasta base é feita a partir da trituração da folha de coca, encontrada nos países andinos (Bolívia, Peru, Colômbia e Equador). Para obter a pasta base, utiliza-se ácido sulfúrico e outros componentes tóxicos. No óxi, a pasta base é misturada com combustível e cal virgem, componentes corrosivos e extremamente danosos ao organismo.
A droga inalada chega ao cérebro entre 7 e 9 segundos, apenas, e acelera o metabolismo do usuário, causando sensações de euforia, depressão, medo e paranoia. Diferente da cocaína, os efeitos duram pouco tempo, no máximo 10 minutos. Essas circunstâncias obrigam o drogado a inalar o óxi repetidamente para manter o “barato”, o que aumenta as agressões ao organismo.
O que torna o óxi mais letal que o crack é, em primeiro lugar, os componentes adicionais --cal e combustível-- e, em segundo, a quantidade do princípio ativo da cocaína, que no óxi é de 60% do composto, um pouco superior ao encontrado no crack.
São substâncias com alta toxicidade, que causam dificuldades na respiração, fibroses e endurecimento do pulmão. Afetam o sistema cardiorrespiratório e promovem uma vasoconstrição muito intensa. Muitos usuários têm perda de consciência, o que leva a uma parada cardíaca e ao coma.
A maioria dos usuários intercala as inaladas com doses de álcool para controlar a sensação de abstinência causada pela droga, o que ataca o fígado e o sistema digestivo, fazendo com que os usuários tenham diarreia e vômito. Muitos usuários de óxi apresentam aparência amarela por conta dos efeitos da droga no fígado.
O álcool com a substância da cocaína forma o cocaetileno, que pode provocar esteatose hepática (gordura no fígado) e cirrose. O cocaetileno também é uma substância tóxica para o miocárdio, o que pode também provocar morte súbita.
Ainda não há um estudo sobre a letalidade do óxi. Nos próximos dias, a Fundação Oswaldo Cruz, em parceria com o Ministério da Justiça, divulgará um amplo estudo sobre o crack que também deve abordar o óxi. No entanto, segundo o delegado do Denarc, em média 30% dos usuários da droga não sobrevivem após um ano de uso.
Fonte: MN/Camocim Policia24hs

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