Adolescentes do sexo masculino, negros e
pobres são os que mais morrem, segundo relatório de agência da ONU.
Ceará é o estado que mais mata adolescentes
em todo o Brasil, de acordo com relatório divulgado nesta quarta-feira (11)
pela Unicef, agência da Organização das Nações Unidas (ONU). O estudo do
escritório mostra o Índice de Homicídios de Adolescentes (IHA) em relação à
população do estado, com dados de 2014.
Conforme a Unicef, o índice no Ceará é 8,71;
em segundo lugar no ranking negativo aparece Alagoas, com 8,18. O número de
adolescentes mortos no Ceará em proporção à população é quase 10 vezes maior
que o do estado que aparece com o índice mais baixo, Santa Catarina, com 0,93.
Conforme a Unicef, em 2014, os adolescentes
do sexo masculino tinham um risco 13 vezes superior ao das adolescentes do sexo
feminino; e os adolescentes negros, um risco 2,88 vezes superior ao dos
brancos. O risco de ser morto por arma de fogo é 6,11 vezes maior do que por
outros meios.
O estudo da Unifec cita também uma pesquisa
desenvolvida em parceria com a Assembleia Legislativa do Ceará que aponta que
adolescentes negros têm chances maiores de serem assassinados.
"As vítimas [no Ceará] eram, em grande
maioria, meninos (97,95%) e negros ou pardos (65,75%), moradores das
periferias. Os adolescentes assassinados eram, em sua maioria, pobres – 67,1%
viviam em lares com renda familiar entre um e dois salários mínimos – e 70%
estavam fora da escola há pelo menos seis meses", aponta o relatório.
Em Fortaleza, ainda segundo o estudo, metade
dos homicídios de adolescentes aconteceu em média a 500 metros da casa da
vítima.
Índice de assassinatos
O Índice de Homicídios na Adolescência é
elaborado em parceria entre a Unicef, o Ministério dos Direitos Humanos (MDH),
o Observatório de Favelas e o Laboratório de Análise da Violência, da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (LAV-Uerj).
Com o monitoramento dos homicídios por meio
do IHA, Unicef e seus parceiros pretendem apoiar o planejamento e a avaliação
de políticas públicas, tanto municipais quanto estaduais e federais, para
enfrentar o problema e salvar a vida dos adolescentes.
Fonte: G1Ce
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