3 de novembro de 2013

OITO VIGILANTES SÃO MORTOS EM 11 MESES NAS RUAS DO CEARÁ.

O jornal vem denunciando a violência sofrida pela categoria, como nas matérias retratadas nos dias 19 de janeiro e 21 de outubro deste ano

Além das mortes durante o trabalho, cresce o número de roubos contra os seguranças armados.
A sensação de insegurança tem se tornado cada vez mais comum entre os cearenses. Para aqueles que lidam diariamente com o patrimônio e se interpõe entre os bandidos e os bens das pessoas, como o caso dos vigilantes, cada saída para o trabalho é acompanhada pela incerteza da volta. Somente neste ano, oito vigilantes foram mortos em serviço, segundo dados do Sindicato da categoria. Além disso, eles são alvos constantes de assaltos nas ruas da Capital. As mortes dos seguranças ocorrem na maioria das vezes pelo desejo de assaltantes por armas de fogo, armas que estão nas mãos dos seguranças e serão usados em outros assaltos e homicídios.


O Sindivigilantes não repassou a quantidade de revólveres roubados neste ano, mas somente no período compreendido entre os dias 22 e 31 de outubro, seis casos de assaltos contra vigilantes foram registrados pela Polícia, em Fortaleza.

Um desses profissionais perdeu a vida enquanto trabalhava. Leonardo Garcia de Azevedo, 32, levou três tiros na cabeça, na tarde do dia 21 de outubro quando fazia a segurança em um canteiro de obras de um condomínio residencial em construção situado na esquina da Avenida Rogaciano Leite com a Rua Desembargador Waldemar Alves Pereira, no bairro Salinas.

Um dia depois, os acusados do crime foram presos com a arma roubada de Leonardo, um revólver Rossi calibre 38, com quatro munições intactas. Eles confessaram participação no crime, mas nenhum deles assumiu a autoria dos disparos.

No mesmo dia em que Leonardo foi morto, outros dois colegas de profissão dele, também foram alvo de assaltos, mas tiveram as vidas poupadas. Os roubos ocorreram no bairro José Walter, quando o vigilante teve a arma e o colete balístico roubados durante o assalto a uma agência dos Correios e no bairro Vila Velha.

No dia 23, foi a vez de um segurança que prestava serviços à Justiça Federal do Ceará (JFCE). De acordo com informações da própria instituição, a vítima estava em um espaço ao lado do estacionamento do órgão, quando foi abordada pelos bandidos e teve a arma roubada.

Outros dois vigilantes foram alvos de assaltantes no bairro Conjunto Esperança, no último dia 30. A dupla trabalhava em uma escola na Avenida Contorno Sul e teve as armas e coletes balísticos levados por bandidos.

De acordo com dados do Sindivigilantes, no Ceará existem 65 empresas autorizadas pelo Ministério da Justiça para garantir a integridade física e patrimonial de seus clientes, com um contingente de 13 mil vigilantes treinados e cadastrados exercendo a função, em todo o Estado.


Escolas


Segundo Francisco Francivaldo Almeida Reis, tesoureiro do sindicato, os assaltos ocorrem, muitas vezes, por falta de atenção de alguns profissionais, mas em outros casos, como nas escolas, eles são expostos a situações perigosas. "As escolas são pontos visados pelos marginais, porque os profissionais trabalham, às vezes, como porteiros", explica Francisco Reis.

A situação deixa os vigilantes mais vulneráveis a ação de bandidos. Foi em uma escola, no dia 18 de janeiro deste ano, que Carlos Antônio Dutra de Abreu, 45, foi assassinado, a tiros. Ele prestava serviço na Escola Estadual de Educação Profissionalizante Professor César Campelo, na Segunda Etapa do Conjunto Ceará.

Na manhã do dia 18 de janeiro, ele foi executado em uma abordagem de dois homens. Apesar da arma do profissional ter ficado ao lado do seu corpo, a Polícia acredita que a intenção dos bandidos era roubá-lo, mas como ele não abriu o portão da escola, acabou morto.

Segundo Reis, "se o ladrão tiver oportunidade ele ataca. A sensação de insegurança é grande na categoria. O vigilante sai para trabalhar todos os dias, mas não sabe se volta", afirmou.

Para o comandante do 5º BPM, coronel Francisco Souto, um dos fatores para os crescentes ataques à vigilantes é a grande quantidade de armas de fogo que estão sendo apreendidas pela Polícia, em poder de criminosos. "Os bandidos estão com dificuldades para conseguir armas para praticar crimes. Infelizmente, os vigilantes são alvo em potencial, principalmente quando trabalham sozinhos. Eles precisam ser cautelosos, porque não estão isentos da violência".

EMERSON RODRIGUES/REPÓRTER
FONTE: DN

Um comentário:

Unknown disse...

As empresas precisam dá mais valor as vigilantes e as autoridades competentes precisam propor uma lei que os vigilantes possam ter porte de arma de fogo quando não estão em serviço.