O jornal vem denunciando a violência sofrida pela categoria, como nas matérias retratadas nos dias 19 de janeiro e 21 de outubro deste ano |
Além das mortes durante o
trabalho, cresce o número de roubos contra os seguranças armados.
A sensação de insegurança tem
se tornado cada vez mais comum entre os cearenses. Para aqueles que lidam
diariamente com o patrimônio e se interpõe entre os bandidos e os bens das
pessoas, como o caso dos vigilantes, cada saída para o trabalho é acompanhada
pela incerteza da volta. Somente neste ano, oito vigilantes foram mortos em
serviço, segundo dados do Sindicato da categoria. Além disso, eles são alvos
constantes de assaltos nas ruas da Capital. As mortes dos seguranças ocorrem na
maioria das vezes pelo desejo de assaltantes por armas de fogo, armas que estão
nas mãos dos seguranças e serão usados em outros assaltos e homicídios.
O Sindivigilantes não repassou
a quantidade de revólveres roubados neste ano, mas somente no período
compreendido entre os dias 22 e 31 de outubro, seis casos de assaltos contra
vigilantes foram registrados pela Polícia, em Fortaleza.
Um desses profissionais perdeu
a vida enquanto trabalhava. Leonardo Garcia de Azevedo, 32, levou três tiros na
cabeça, na tarde do dia 21 de outubro quando fazia a segurança em um canteiro
de obras de um condomínio residencial em construção situado na esquina da
Avenida Rogaciano Leite com a Rua Desembargador Waldemar Alves Pereira, no
bairro Salinas.
Um dia depois, os acusados do
crime foram presos com a arma roubada de Leonardo, um revólver Rossi calibre
38, com quatro munições intactas. Eles confessaram participação no crime, mas
nenhum deles assumiu a autoria dos disparos.
No mesmo dia em que Leonardo
foi morto, outros dois colegas de profissão dele, também foram alvo de
assaltos, mas tiveram as vidas poupadas. Os roubos ocorreram no bairro José
Walter, quando o vigilante teve a arma e o colete balístico roubados durante o
assalto a uma agência dos Correios e no bairro Vila Velha.
No dia 23, foi a vez de um
segurança que prestava serviços à Justiça Federal do Ceará (JFCE). De acordo
com informações da própria instituição, a vítima estava em um espaço ao lado do
estacionamento do órgão, quando foi abordada pelos bandidos e teve a arma
roubada.
Outros dois vigilantes foram
alvos de assaltantes no bairro Conjunto Esperança, no último dia 30. A dupla
trabalhava em uma escola na Avenida Contorno Sul e teve as armas e coletes balísticos
levados por bandidos.
De acordo com dados do
Sindivigilantes, no Ceará existem 65 empresas autorizadas pelo Ministério da
Justiça para garantir a integridade física e patrimonial de seus clientes, com
um contingente de 13 mil vigilantes treinados e cadastrados exercendo a função,
em todo o Estado.
Escolas
Segundo Francisco Francivaldo
Almeida Reis, tesoureiro do sindicato, os assaltos ocorrem, muitas vezes, por
falta de atenção de alguns profissionais, mas em outros casos, como nas
escolas, eles são expostos a situações perigosas. "As escolas são pontos
visados pelos marginais, porque os profissionais trabalham, às vezes, como
porteiros", explica Francisco Reis.
A situação deixa os vigilantes
mais vulneráveis a ação de bandidos. Foi em uma escola, no dia 18 de janeiro
deste ano, que Carlos Antônio Dutra de Abreu, 45, foi assassinado, a tiros. Ele
prestava serviço na Escola Estadual de Educação Profissionalizante Professor
César Campelo, na Segunda Etapa do Conjunto Ceará.
Na manhã do dia 18 de janeiro,
ele foi executado em uma abordagem de dois homens. Apesar da arma do
profissional ter ficado ao lado do seu corpo, a Polícia acredita que a intenção
dos bandidos era roubá-lo, mas como ele não abriu o portão da escola, acabou
morto.
Segundo Reis, "se o ladrão
tiver oportunidade ele ataca. A sensação de insegurança é grande na categoria.
O vigilante sai para trabalhar todos os dias, mas não sabe se volta",
afirmou.
Para o comandante do 5º BPM,
coronel Francisco Souto, um dos fatores para os crescentes ataques à vigilantes
é a grande quantidade de armas de fogo que estão sendo apreendidas pela
Polícia, em poder de criminosos. "Os bandidos estão com dificuldades para
conseguir armas para praticar crimes. Infelizmente, os vigilantes são alvo em
potencial, principalmente quando trabalham sozinhos. Eles precisam ser
cautelosos, porque não estão isentos da violência".
EMERSON RODRIGUES/REPÓRTER
FONTE: DN
Um comentário:
As empresas precisam dá mais valor as vigilantes e as autoridades competentes precisam propor uma lei que os vigilantes possam ter porte de arma de fogo quando não estão em serviço.
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