12 de novembro de 2013

CEARÁ PODE TER COMPANHIA DE POLICIAMENTO MILITAR ESPECÍFICA PARA JUÍZES

O pedido feito ao Poder Executivo do Ceará atende reivindicações apresentadas por juizes que atuam nas comarcas do interior do estado. A discussão foi apresentada durante encontro do presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJCE), desembargador Luiz Gerardo de Pontes Brígido, com cerca de trinta juizes que atuam em municípios da região do Cariri. A reunião foi realizada na manhã de ontem, no Fórum de Juazeiro do Norte.
Este foi o terceiro encontro realizado pelo presidente do TJ com magistrados no interior do Ceará. As duas primeiras reuniões foram realizadas nas regiões de Crateús e Limoeiro do Norte, respectivamente.


No Cariri, o presidente do Tribunal de Justiça do Ceará informou que já há uma estratégia sendo criada para tentar solucionar o problema de segurança nas comarcas do interior.

Conforme disse, um convênio envolvendo o TJCE e o Governo do Estado poderá resultar na criação de uma Companhia de Policiamento Militar específica para garantir a segurança não só dos magistrados mas também dos servidores. “Existe essa possibilidade. Nós estamos buscando a criação dessa companhia junto ao Executivo cearense. Mas, é sempre importante lembrar que há municípios onde o número de policiais também é reduzido. Não adianta solicitar policiamento para juizes em detrimento de toda uma sociedade. Como o governador Cid Gomes está incorporando cerca de 1.200 novos soldados à Policia Militar, talvez haja condições para criação dessa nova companhia”, explicou o presidente do TJCE.

O desembargador também ressaltou que haverá um sistema integrado de monitoramento, através de circuito interno de monitores, realizando a interligação dos fóruns ao Tribunal de Justiça. “Esse sistema será importante para que nós também possamos acompanhar essa questão mais de perto”, disse. A aquisição desse sistema já está, inclusive, em fase de licitação.

Em Juazeiro do Norte, especificamente, algumas mudanças acontecerão mais cedo. O juizado especial, por exemplo, deixará de ser realizado no Fórum do município. O serviço será deslocado à uma sala especialmente preparada no campus da Faculdade Paraíso, localizada no centro da cidade. A medida foi adotada devido a necessidade de efetivação de mais uma vara cível no município.

Atualmente, existem 2 varas cíveis e 3 varas criminais funcionando em Juazeiro. Conforme levantado ontem pelo presidente do TJCE, em cada uma das varas cíveis há cerca de 6 mil processos em tramitação. Há, ainda, 3.930 processos pendentes relacionados a questões ligadas a Vara de Família. “São muitas as demandas. Nós estamos buscando solucionar os problemas da melhor maneira possível. Nos casos em que existam necessidade da criação de novas varas, há, inclusive, a possibilidade do uso das casas de juízes que não estão sendo ocupadas pelos magistrados”, disse.

Sobre a construção de um novo Fórum em Juazeiro, o desembargador Gerardo Brígido informou que há interesse em um convênio com o município. O prefeito Raimundo Mâcedo, segundo ele, teria demonstrado desejo em utilizar o prédio onde atualmente funciona o poder Judiciário como uma espécie de centro administrativo. Em contrapartida o município auxiliaria o TJCE na construção de um novo Fórum em Juazeiro do Norte. “Não há nada concreto neste sentido. O que sabemos é que há o interesse. Estamos estudando esta possibilidade”, ressaltou.

Em relação a carência de juízes nas comarcas do interior, o desembargador foi enfático ao afirmar que há, pelo menos, cerca de 150 vagas necessitando ser ocupadas. “No mínimo 150 juízes é o que ainda precisamos para atender a demanda. Temos que realizar um novo concurso. No entanto, as questões não são tão fáceis como muitos imaginam. É preciso tempo para solucionar esse problema. O ideal era que tivéssemos juízes atendendo em todas as comarcas. A falta de magistrados nas comarcas se transformou numa situação absurda”, avaliou o presidente do Tribunal de Justiça.

Fonte: DN

Nenhum comentário: